Mikaela Ramos
Brunno Suênio
Um empresário identificado pelas iniciais J. F. S. A., proprietário de uma loja de assistência técnica de celulares, foi preso em flagrante durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no âmbito da 7ª fase da Operação Interditados, deflagrada nesta sexta-feira (10), em diversas zonas de Teresina.
Em entrevista ao GP1, o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, detalhou que o referido empresário possui Certificado de Registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), no entanto, passou a ser alvo de inquérito policial por crime de receptação qualificada, em razão de ele ter comprado um aparelho telefônico sem nota e o revendido para uma terceira pessoa.
Por conta disso, a Polícia Civil representou pela busca e apreensão, que foi deferida pelo Poder Judiciário. Durante as buscas feitas na residência dele, foi apreendida uma pistola 9mm, que pertence ao irmão do investigado, e o empresário acabou sendo preso por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.
"Ele é empresário do ramo de assistência técnica de celulares. Ele revendeu um celular com restrição e estava respondendo a um inquérito policial por receptação qualificada. Verificamos que ele é CAC [tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador] tinha várias armas no nome, quatro registradas no Exército e uma arma registrada na Polícia Federal. Pedimos a busca e apreensão dessas armas, tendo em vista que a partir do momento que você responde a inquérito, você perde a idoneidade de ter arma legalizada em seu nome. O juiz deferiu [pedido de buscas], e agora vamos informar o Exército e a Polícia Federal para caçar a licença", destacou o Matheus Zanatta.
Ao todo, seis armas foram apreendidas em posse do empresário. "Foi encontrada uma sexta arma na casa dele, que é de propriedade do irmão dele e ele [empresário] não poderia estar com essa arma em casa. Então ele vai ser flagranteado por posse irregular de arma de fogo de uso restrito, por ser uma pistola 9mm. Em função disso, ele vai ser encaminhado [para a Central de Flagrantes de Teresina] para ser autuado e não podemos arbitrar fiança, porque o crime é inafiançavel devido a arma ser de uso restrito. Amanhã ele [empresário] vai para audiência de custódia", explicou o delegado Matheus Zanatta.
Operação Interditados VII
Na manhã desta sexta-feira (10), equipes da Polícia Civil e da Receita Federal deflagraram a Operação Interditados VII para dar cumprimento a mandados de interdição temporária das atividades de 9 lojas, que também serão alvos de busca e apreensão juntamente com mais 3 imóveis. Os estabelecimentos estão situados em diversas zonas de Teresina.
O GP1 apurou que a loja Sul Cell Prime, situada na avenida Joaquim Nelson, no bairro Dirceu, foi o principal alvo da operação na zona sudeste da Capital. Nessa nova fase da Operação Interditados, nenhuma das empresas que receberam a visita das equipes da Receita Federal e da Polícia Civil é localizada no Shopping da Cidade.
O delegado Filipe Bonavides, gerente da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), afirmou que o objetivo é combater a venda de celulares produtos de roubo ou furto e que a ação foi desencadeada em conjunto com a Receita Federal.
"A etapa de hoje é uma etapa de busca para arrecadação de objetos que serão posteriormente analisados, mas por exemplo, a Receita Federal está aqui hoje também porque existe em paralelo ao crime de receptação, também o crime de descaminho, por isso a atuação conjunta com a Receita Federal. Porque muitos dos produtos não têm restrição de roubo ou furto, mas entram no país de forma ilegal, sem pagar os impostos, gerando uma concorrência desleal com quem vende produto original e pagando imposto. Então por isso essa atuação sempre conjunta da Polícia Civil com a Receita Federal para combater o crime em todas as suas modalidades", detalhou o delegado Bonavides.
Combate ao descaminho
Além do combate a receptação, outra finalidade da 7ª fase da Operação Interditados é reprimir a prática do crime de descaminho, conforme explicou o auditor fiscal da Receita Federal em Teresina, Eduardo Leite.
“A Receita Federal ela tem trabalhado incansavelmente no combate ao contrabando e ao descaminho. Vários produtos comercializados nas lojas em Teresina, em especial celulares, eles não têm a comprovação da entrada regular no país. Então, esses objetos são considerados descaminhados, são objetos do crime de descaminho. A Receita Federal tem dado apoio à Polícia Civil na busca desses aparelhos que entraram irregularmente no país. Em especial nessa loja [Sul Cell Primenos encontramos dois aparelhos somente [provenientes de descaminho], aparelhos novos, mas a operação ela é muito extensa, ela tem outros alvos, buscando também a existência desse tipo de crime”, destacou Eduardo Leite.
Ver todos os comentários | 0 |