O empresário Felipe Rangel Barradas, 27 anos, foi preso em flagrante no último sábado (14) em Teresina, acusado de ameaçar e agredir fisicamente a esposa grávida de 6 meses. Felipe Rangel já é réu na Justiça por associação criminosa e estelionato, acusado de aplicar o chamado “golpe do boleto” juntamente com os empresários Pedro Veloso Nogueira Neto e Antônio Sousa da Silva.
Felipe Rangel foi preso pela Polícia Militar na residência onde vivia com a esposa, no bairro Parque Piauí, zona sul de Teresina. Em depoimento prestado na Central de Flagrantes, a vítima, identificada pelas iniciais E. M. S., relatou que estava casada há um ano e oito meses com o empresário, e que há algum tempo vinha sofrendo agressões e abusos psicológicos do seu companheiro.
No depoimento, ela narra que no sábado (14) havia saído para almoçar em um restaurante com Felipe e um casal de amigos, e que, em determinado momento, ela o viu mandando mensagem para outra mulher via WhatsApp, o que desencadeou uma briga. A esposa do empresário afirma que ele começou a proferir xingamentos contra ela, mesmo na frente dos amigos.
Segundo E. M. S., no caminho de volta para casa, dentro do carro, as agressões verbais continuaram. Ela relata que o marido a xingou de nomes como “neurótica”, “louca” e “satanás”, e deu um tapa em seu rosto.
Ameaças
Ainda conforme a vítima, Felipe Rangel fez várias ameaças contra ela e contra o bebê, filho do casal, que ainda nem nasceu. Segundo a esposa, o empresário disse que se fosse denunciado ela e a criança pagariam por isso.
E.M.S. esperou chegar em casa e ligou para um tio, que acionou a Polícia Militar, responsável pela condução do empresário à Central de Flagrantes.
Na delegacia, Felipe Rangel se reservou ao direito de ficar em silêncio, já a vítima representou criminalmente contra o empresário, e o delegado Gustavo Jung ingressou com pedido de medida protetiva de urgência em favor dela.
Solto em audiência de custódia
Embora Felipe Rangel, que já é réu na Justiça, tenha sido preso em flagrante por um crime inafiançável e também diante de um pedido de medida protetiva de urgência para resguardar a vítima – uma mulher grávida – o juiz Luís Henrique Moreira Rêgo entendeu que não havia necessidade de decretar a prisão preventiva, por não vislumbrar risco a ordem pública com a sua liberdade.
“Não vislumbro estar presente o periculum libertatis, não sendo a segregação cautelar do autuado indispensável para assegurar a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal”, destacou o magistrado.
O juiz também ressaltou que não houve, nos autos, requerimento de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público ou pela autoridade policial. Diante disso, ele determinou apenas medidas protetivas, proibindo Felipe Rangel de se aproximar da vítima pelo limite mínimo de 100 metros e também de manter contato com ela por qualquer meio de comunicação.
Estelionato e organização criminosa
Felipe Rangel, Pedro Veloso Nogueira Neto e Antônio Sousa da Silva (Neto Bacelar) se tornaram réus no dia 24 de setembro de 2021, e chegaram a ser presos na época.
Segundo o Ministério Público, os acusados invadiam o sistema de uma empresa e começavam a emitir boletos para os clientes com outros dados bancários, assim o dinheiro era desviado para as contas administradas por eles.
Durante as investigações, a partir da análise das informações encaminhadas pelo Banco SICOOB, a Polícia Civil constatou que Felipe Rangel e Pedro Veloso possuíam contas recentes junto a esta instituição financeira e geraram juntos, em um curto espaço de tempo, 74 boletos totalizando o valor de R$2.303.013,00 (dois milhões, trezentos e três mil e treze reais), tendo sido comprovada, até setembro de 2021, a liquidação de R$177.330,83 em boletos falsos.
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