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Teresina - Piauí

Juiz nega pedido de prisão domiciliar a tio do dono do Frango Potiguar

A defesa formulou o pedido alegando problemas de saúde e uso de medicamentos contínuo do acusado.

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, negou o pedido de prisão domiciliar do advogado Francisco das Chagas Sousa, que é acusado de assassinar os adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, em novembro do ano passado, junto com o empresário João Paulo de Carvalho Rodrigues, que é seu sobrinho e o advogado Guilherme de Carvalho, seu filho. A decisão é do último dia 25 de fevereiro.

No pedido a defesa alegou que o acusado é idoso e que sofre de problemas de saúde, necessitando de uso de medicamentos contínuo e acompanhamento médico. O magistrado, antes de analisar o pedido, solicitou informações à Secretaria de Justiça acerca do atual estado de saúde do advogado e a viabilidade de tratamento junto à unidade penitenciária. Em resposta, o médico da penitenciária informou o bom estado geral do requerente e a viabilidade de tratamento no local.


Foto: Alef Leão/GP1Advogado Francisco das Chagas Sousa foi preso pelo DHPP
Advogado Francisco das Chagas Sousa foi preso pelo DHPP

“Mesmo portando doenças crônicas como hipertensão arterial e outras doenças, o custodiado foi avaliado por profissional de saúde habilitado apresentando bom estado geral, ausência de dor e continuidade de tratamento médico necessário. Em juízo preliminar de proporcionalidade, adequação, necessidade penal, vislumbro a impossibilidade da concessão de prisão em âmbito domiciliar e a necessidade de manutenção da prisão preventiva, por não estarem presentes os requisitos de extrema debilidade por doença grave e de impossibilidade de tratamento médico pela penitenciária”, destacou.

Indiciado pelo DHPP

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu, nesta sexta-feira (04), o inquérito policial que investigou o assassinato dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, em novembro do ano passado. Ao final, o delegado Luiz Guilherme indiciou o empresário João Paulo de Carvalho Rodrigues e os advogados Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho, tio e primo de João Paulo por homicídio triplamente qualificado.

O GP1 teve acesso, com exclusividade, ao relatório do inquérito policial que foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI). João Paulo, que é dono do Frango Potiguar, foi indiciado por cinco crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); ocultação de cadáver; cárcere privado; tortura; e porte ilegal de arma de fogo.

Guilherme de Carvalho foi indiciado por quatro crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); ocultação de cadáver; cárcere privado; e tortura. Já Francisco das Chagas foi indiciado por três crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); cárcere privado; e tortura.

Foto: GP1João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa
João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa

Denúncia do Ministério Público

Considerando que o inquérito foi prorrogado por mais 15 dias a pedido do DHPP, o Ministério Público do Piauí se adiantou e denunciou à Justiça o empresário João Paulo e os advogados Francisco das Chagas e Guilherme de Carvalho.

Entenda o caso

Luian Oliveira e Anael Colins desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro 2021. Os pais dos garotos chegaram a procurar o GP1 pedindo ajuda para localizá-los, no entanto, no dia 15 de novembro os dois foram encontrados mortos, em um matagal próximo à rodovia PI 112, no Povoado Anajás, zona rural leste de Teresina.

Os rapazes eram amigos, moravam no Planalto Uruguai, zona leste da capital, e costumavam sair juntos. No último dia em que foram vistos, eles saíram em uma motocicleta para um bar, depois seguiram para um depósito de bebidas, na Avenida Dom Severino, e teriam ido a um sítio, onde estava acontecendo uma festa.

No decorrer das investigações, a Polícia Civil chegou nos nomes de João Paulo, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas. Nos depoimentos, após algumas contradições, finalmente João Paulo admitiu que Guilherme atirou os dois garotos com uma arma de sua propriedade.

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