Lívia Pessoa
Germana Chaves
Neste domingo (13), dois dias depois da trágica morte de Débora Vitória Gomes Soares Batista, de 06 anos, a mãe da menina, Dayane Gomes, quebrou o silêncio sobre o ocorrido e, durante uma entrevista exclusiva com o GP1, afirmou que o tiro que matou sua filha saiu da arma de um tenente da Polícia Militar do Piauí, vizinho da família, que presenciou o assalto e reagiu contra os bandidos.
“O assaltante disse assim, quando ele viu que [o policial] estava com a arma, ‘não atira que eu não vou atirar’ e ele [policial] já veio atirando. Na hora que ele atirou, o primeiro tiro pegou na minha filha. A bala saiu da arma dele [do policial], eu pedi pelo amor de Deus para ele não atirar e ele atirou novamente. Ele atirou por três vezes na gente. O primeiro tiro foi dele, pegou nas costelas da minha filha e atravessou para o outro lado”, explicou a Dayane Gomes.
Ao detalhar sobre o caso, Dayane contou como o tiroteio começou e afirmou que o bandido não iria atirar, que ele queria apenas o celular. “Eu estava botando a moto para fora porque a gente ia sair para casa da tia dela que fica aqui perto. Na hora que eu desci e ela subiu na moto o bandido encostou na mesma hora. Aí ele disse ‘eu só quero o celular’ e mostrou a arma na cintura. Aí ele pegou e disse que não ia atirar, repetindo ‘eu só quero o celular’, então eu peguei e dei o celular para ele na mesma hora. Mas, ele [o policial] não ligou, não quis saber quem estava na frente do bandido, porque o bandido estava por trás da gente. Então, ele [o policial] não atirou no bandido, ele atirou na gente”, disse Dayane.
A mãe da menina de 6 anos assassinada revelou ainda que policial, que é vizinho dela, bebe frequentemente e que durante o episódio fatídico ele estava bêbado. “Ele bebe todos os dias na porta, ele fica com a arma na cintura todo o tempo. Ele poderia muito bem ter esperado o bandido sair porque ele ia passar por ele, mas ele quis vir se mostrar. Acho que ele queira sair como um herói e acabou matando minha filha”, declarou Dayane Gomes.
Dayane ainda contou que após entrar na sua casa, com a filha baleada, o tiroteio continuou entre os dois e que logo em seguida seu vizinho entrou desnorteado, momento em que ela o acusou de ter matado a filha. “Eu desci da moto, mesmo atingida, porque quando ele começou a atirar o bandido atirou também. A bala do bandido pegou em mim. Depois que começou a atirar, eu entrei correndo para dento de casa e sentei no sofá com ela sangrando, derramando muito sangue. Quando parou o tiroteio ele entrou em casa e eu disse ‘foi tu maldito que matou minha filha’ e ele só fez virar as costas para mim e saiu correndo. Só isso”, disse.
Visivelmente emocionada e abalada, a mãe de Débora concluiu a entrevista ao GP1 clamando por Justiça. “Não tem o que ser dito. Eu estou destruída, só me resta o vazio. Arrancaram um pedaço de mim. Quero Justiça e que as coisas sejam resolvidas”, finalizou Dayane Gomes.
Entenda o caso
Débora Vitória, 6 anos, morreu e sua mãe ficou ferida, após as duas serem baleadas durante um assalto na noite dessa sexta-feira (11) no bairro Ilhotas, na zona sul de Teresina.
O GP1 apurou diretamente no local, junto à Guarda Civil Municipal (GCM), que a mãe e a criança estavam chegando em casa em uma motocicleta quando foram surpreendidas pelo bandido, que anunciou o assalto. Nesse momento, uma pessoa ainda não identificada interviu, com intuito de proteger as vítimas, e iniciou uma troca de tiros com o assaltante, que acabou com as duas baleadas.
Prisão do acusado
Uma ação conjunta entre os policiais da Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública do Piauí e demais forças de segurança prendeu ainda na noite da última sexta-feira (11), o bandido que havia sido acusado de tirar a vida da pequena Débora Vitória. trata-se de um indivíduo conhecido como Clemilton.
O criminoso foi preso na mesma área onde ocorreu o crime, após intensa busca, que durou cerca de 3 horas e meia.
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