A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR), em trabalho conjunto com o Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) e Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta terça-feira (25), a Operação Entrelaçados, que apura suposta prática dos crimes de fraude em licitação, associação criminosa e desvio de recursos públicos envolvendo contratações do município de Batalha. Sete empresas são alvos da operação, entre elas a Ômega Hospitalar, localizada na Avenida Miguel Rosa, centro-sul de Teresina.
Segundo o delegado Tiago Silva, foram apreendidos documentos na sede da empresa Ômega Hospitalar. “É uma operação da Delegacia de Combate à Corrupção e um dos alvos é a Ômega Distribuidora. Aqui nós apreendemos documentos relacionados a licitação e computadores”, disse o delegado.
Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina, José de Freitas e Barras contra sete empresas, residências de empresários e de três agentes públicos. A Justiça determinou ainda o afastamento cautelar do pregoeiro de Batalha. Investigadores e auditores encontraram indícios de que ele ocupava o cargo de forma irregular, podendo estar diretamente envolvido nas supostas fraudes investigadas.
Empresas sem capacidade de operar
A investigação apontou que, aparentemente, parte das empresas não possuem capacidade operacional para o fornecimento dos materiais licitados (material de limpeza, papelaria e medicamentos). Uma delas não possui sequer funcionário contratado.
Foram encontrados indícios de favorecimentos escusos, haja vista que, algumas pessoas jurídicas foram recém-criadas e mesmo assim conseguiram vencer certames para fornecimento de grande quantidade de produtos. Também há suspeita de combinação de preços entre os licitantes para escolha dos vencedores.
O que diz a Ômega Hospitalar
Em entrevista ao GP1, o advogado da Ômega Hospitalar ressaltou que a empresa sempre agiu dentro da legalidade. "A gente só teve ciência agora da decisão de busca e apreensão. A empresa foi pega de surpresa. Não esperava. Nós atuamos sempre pautados na legalidade. Tanto é que na fundamentação, na decisão não cita a Ômega, cita apenas no pedido. Talvez por ter vendido para Batalha. A única informação que a gente tem é essa. Muitos documentos apreendidos são públicos, são processos licitatórios. Vamos ter acesso ao processo para poder dar maiores manifestações e defender legalmente. A empresa está tranquila, sempre agiu pautada na legalidade e não vai ser diferente", disse o advogado.
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