A dona Ana do Rosário, de 53 anos, finalmente vai poder enterrar o marido e pôr fim ao sofrimento. O idoso de 68 anos morreu vítima de covid-19 às 4h30 da madrugada de sexta-feira (19) e a esposa lutava por uma vaga em um cemitério há mais de 24h.
O GP1 entrou em contato com a idosa na manhã deste sábado (20) que informou que a Superitendencia de Ações descentralizadas (SAAD) da região Norte de Teresina, através da superintendente Ana Paula Santana, e ação conjunta com a SAAD Centro, através do superintendente Roncalli Filho, disponibilizou uma vaga no cemitério do Buenos Aires, localizado na zona norte da Capital.
O corpo deverá ser sepultado por volta 13h30 da tarde de hoje, 32h depois do falecimento. “Conseguimos, graças a Deus. Estão fazendo a cova para o meu marido no Buenos Aires e o gavetão. Estou aqui ajeitando a papelada para ir buscar o corpo na UPA do Promorar e seguir para o cemitério onde ele vai ser enterrado lá pelas 13h30. Agradeço muito a todos que ajudaram”, disse aliviada.
Entenda o caso
A dona de casa foi em busca de uma vaga para sepultar o esposo no Cemitério Público Santa Cruz, no bairro Promorar, mas foi surpreendida pela notícia de que não havia vagas gratuitas e que o enterro no local só seria possível mediante pagamento de R$ 1.800 para a construção do jazigo
Ontem a dona Ana procurou nossa reportagem para relatar o descaso e o sentimento de desamparo. Em tom de desabafo, a viúva disse que nesse momento não tem mais ninguém, pois vivia só ela e o esposo. “Me ajudem, pelo amor de Deus! Foi o dia todinho andando e não resolvemos nada. Mais uma noite aqui em casa e o homem lá no hospital morto, podendo já estar enterrado. Não dormi, não comi nada hoje, eu estou sozinha, só era eu e ele aqui em casa”, declarou.
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