Em entrevista ao GP1 nesta segunda-feira (2), o comandante-geral da Polícia Militar no Piauí, coronel Lindomar Castilho, informou que ainda faltam mais três policiais militares serem presos na "Operação Dictum", suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa.
De acordo com o coronel, além dos policiais que foram presos pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO – outros três PMs não se apresentaram à Polícia Civil e ainda não foram localizados. “Tem três ainda que ainda não se apresentaram, não foram localizados. Poderão ser presos ainda no decorrer do dia, caso não se apresentem, como são policiais da ativa, é aberto um processo chamado deserção, que nós militares não podemos ficar afastados das nossas unidades por mais de oito dias”, informou.
- Foto: Alef Leão/GP1 Coronel Lindomar Castilho
Ainda conforme o comandante da PM-PI, os policiais que foram presos são lotados em cerca de sete unidades da Polícia Militar. “Nós temos desde a Guarda do Comando Geral, tem no 9º BPM, 6º BPM, Companhia do Promorar, 8º Batalhão, também no Batalhão de Guardas, e tem um que é do Batalhão de Piripiri”, disse.
Como os PMs participavam das ações criminosas
A presença dos policiais nos crimes começou a ser investigada após um roubo de televisores, com a suspeita, o GRECO conseguiu identificar policiais que estavam em roubos de cigarros e carga de alimentos. Os PMs davam suporte nas ações com armamento.
“Tudo começou com um roubo de cara de uma grande empresa, televisores e a partir da investigação da GRECO identificaram a presença de policiais militares naquele esquema e ali foram tomando outras direções, surgiram outros crimes envolvendo cargas, cargas de cigarro, carga de arroz e sempre na presença de policiais militares que estavam dando suporte com armamento, ajudando de alguma forma quem participava dessa quadrilha. Nós estamos compartilhando dessas informações para que agora nós possamos individualizar as ações de cada policial e a partir daí tomar esse encaminhamento pelo processo administrativo, que pode resultar na exclusão dos policiais”, explicou.
Modus Operandi
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, os policiais roubavam cargas de contrabando e estouravam bocas de fumo para revender a droga. Abreu detalhou que os policiais agiam contra pessoas que não podiam registrar Boletim de Ocorrência.
“Eles roubavam cargas de contrabando, principalmente de cigarros e revendiam em outros pontos. Atacavam pontos de vendas de entorpecentes, vendiam para outras pessoas. Eles faziam esse tipo de coisa, atacavam aqueles que não podiam registrar nenhum Boletim de Ocorrência. Praticavam pistolagem, de alguma forma, por recursos, por dinheiro, mas também em troca de armas. Fizeram algumas ações voltadas na questão de homicídio. É uma vasta participação em crimes”, afirmou.
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