Cerca de cem profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Teresina prestaram uma última homenagem ao diretor clínico da unidade, o ginecologista José Ivaldo de Oliveira, vítima da covid-19. O médico ginecologista faleceu na madrugada desta sexta-feira (31), aos 48 anos.
Os profissionais se reuniram em frente a unidade, na Avenida Miguel Rosa, na zona sul de Teresina e aguardaram o cortejo do médico, que saiu do Hospital da Unimed até o local do sepultamento, que será realizado no cemitério Parque Jardim da Ressurreição. Diversas ambulâncias do Samu também seguiram o cortejo.
Em entrevista ao GP1, a médica Ana Tecla Andrade destacou que José Ivaldo sempre foi um conciliador dentro da equipe do Samu Teresina. O médico foi diretor clínico do Samu durante oito anos e fazia parte do corpo médico do serviço desde sua implantação na capital.
“O José Ivaldo sempre foi uma pessoa muito conciliadora, num grupo heterogêneo de profissionais de saúde, principalmente os médicos, ele sempre soube agregar. Ele conciliava, com as diferentes emoções, porque é um serviço muito complexo o do Samu e o emocional é muito levado em conta, mas ele sempre conseguiu esse equilíbrio para nossa equipe”, destacou a médica.
Ainda de acordo com a médica, José Ivaldo esteve internado com a doença mais de um mês, mas não resistiu e faleceu. “É muito complicado a gente perder um colega, um amigo para uma doença como essa, traiçoeira. Ele lutou muito, foi um guerreiro, passou mais de um mês internado. Ele foi um grande guerreiro, morreu lutando e trazendo um exemplo para a gente, tanto que hoje estamos prestando essa homenagem a ele, de união, que a união faz a força, que a fé une”, continuou a médica.
O médico plantonista Hormone Oliveira Rodrigues também falou sobre o exemplo deixado por José Ivaldo e a dificuldade de perder um médico que atue na linha de frente contra o novo coronavírus.
“Perder um colega, uma pessoa que foi um exemplo. São oito anos dele à frente do Samu Teresina, sendo nosso mentor, ensinando muito para a gente, coordenando, guiando e em um momento tão crítico para cada um em sua casa, para a humanidade em si, acontece isso com uma pessoa que está na linha de frente. Não é uma morte qualquer para nós”, afirmou.
Embora os profissionais de saúde precisem lidar com mortes diariamente, o médico Hormone diz que a morte de um colega deixa todos mais fragilizados e repensando os conceitos da vida.
“A gente lida com morte todos os dias, mas mortes assim traçam um perfil completamente diferente dentro da gente. A gente começa a ver outros conceitos da vida. É uma grande perda. Uma grande perda individual, uma grande perda para o Samu Teresina. Teresina perdeu muito com a morte de José Ivaldo”, finalizou.
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