A presidente afastada Dilma Roussef fez, no fim da manhã desta quinta-feira (12), sua primeira declaração a respeito da decisão do Senado que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment e suspendeu seu mandato por até 180 dias.
A petista afirmou que o que está em jogo não é só o seu mandato, mas o respeito às urnas. Dilma reafirmou que "não cometeu crime de responsabilidade", não tem contas no exterior, nunca recebeu propinas e jamais compactuou com a corrupção. Dilma comentou que o processo é frágil, juridicamente inconsistente e contra uma pessoa inocente.
“O que está em jogo no processo de impeachment não é apenas meu mandato. Está em jogo o respeito às urnas, à vontade soberana do povo brasileiro e a Constituição. O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos, os ganhos das pessoas mais pobres e da classe média, a proteção às crianças, os jovens chegando às universidades e escolas técnicas, a valorização do salário mínimo, médicos atendendo a população, a casa própria com o Minha Casa Minha Vida”, declarou.
A presidente afastada alertou que seu Governo não cometeu "nenhum ato repressivo" contra movimentos sociais e manifestantes. Ela disse que o risco é agora o Brasil ter um Governo "dos sem voto", sem legitimidade para propor soluções para os desafios do país e pode ser tentado a reprimir quem protesta contra ele. Um Governo que nasce de "uma espécie de eleição indireta" e que será, segundo ela, fator de manter a crise no país.
“O meu Governo tem sido alvo de intensa e incessante sabotagem. O objetivo evidente vem sendo me impedir de governar e, assim, forjar o meio ambiente propício ao golpe. Quando uma presidente eleita é cassada sob acusação de um crime que não cometeu. O nome que se dá a isso no mundo democrático não é impeachment, é golpe”, continuou.
A abertura do processo de impeachment foi aprovada pelo Senado por 55 votos a favor e 22 contra 22 em uma sessão que durou mais de 20 horas. Se julgada culpada por crime de responsabilidade, a petista será afastada em definitivo e o vice Michel Temer, que já deve assumir nesta quinta, concluirá o mandato até 2018.
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