O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira, 17, duas entrevistas coletivas em que ele participará nesta quarta-feira, 18, sobre o novo coronavírus. A primeira, prevista para 14h30, reunirá os ministros do governo, e a segunda, às 20h30, deve contar com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e do procurador-geral da República, Augusto Aras. Essa, de acordo com ele, ainda está sendo “costurada”.
“Às 14h30, estaremos à disposição da imprensa, todos os meus ministros. Vamos fazer uma breve explanação e estaremos aí no total uma hora à disposição de todos vocês”, disse.
Para Bolsonaro, a agenda que reunirá todos os Poderes demonstra que há união para o “bom combate” de uma causa que afeta a todos, e que o “interesse nacional” está acima de qualquer um. “Metade dessas pessoas (do encontro entre os Poderes) já foram contatadas e aceitaram, a intenção é demonstrar que os Poderes, que, acima de qualquer um de nós, está o interesse nacional”, disse.
No Twitter, Bolsonaro publicou, pela segunda vez no dia, mensagens sobre a disseminação do covid-19. Nos seus posts, o presidente cita os demais Poderes e apela à população e autoridades para que se unam no combate à disseminação da doença. O presidente foi criticado nos últimos dias por ter tido contato com populares durante sua fase de quarentena.
“Superar este desafio depende cada um de nós. O caos só interessa aos que querem o pior para o Brasil. Se, com serenidade, população e Governo, junto com os demais poderes, somarmos os esforços necessários para proteger nosso povo, venceremos não só este mal como qualquer outro!”, tuitou o presidente.
Bolsonaro defendeu que os brasileiros estão “acostumados a superar adversidades” e disse que o País é constituído como uma “nação de irmãos”. “Nenhum vírus é mais forte do que o nosso povo. Estamos lutando e faremos o que for necessário para proteger a vida de cada brasileiro” , concluiu Bolsonaro.
Mais cedo, o presidente da República já havia publicado nas redes sociais que ele e os chefes do Legislativo e do Judiciário estão unidos. “Todos juntos!”, afirmou. As menções de diálogo e cooperação entre Poderes acontece na sequência de críticas públicas trocadas entre Bolsonaro e Maia e Alcolumbre.
Pouco tempo antes das publicações de Bolsonaro, Maia cobrou, em entrevista coletiva, ações do governo para restringir a circulação de pessoas entre os Estados mais afetados pelo coronavírus, São Paulo e Rio de Janeiro.
A presença de todos os chefes de Poderes ainda não está confirmada. O presidente disse que Maia já teria aceitado participar da coletiva, “se não me engano”. “Eu acho que todos estarão presentes amanhã”, disse Bolsonaro, que contou ter falado diretamente com Toffoli.
A reunião é anunciada após a crise institucional ter se aprofundado nesta segunda-feira, 16. Ontem, Bolsonaro acusou o Congresso de usar o avanço do novo coronavírus para uma “luta pelo poder”.
Há pouco, Bolsonaro voltou a pedir que as pessoas não se “apavorem”, e que, além da questão humanitária, o governo também está preocupado com o aspecto econômico da crise gerada pelo novo coronavírus.
“Independente de comitê de crise, todos os ministros já estão há algum tempo trabalhando para enfrentar esse problema. A minha mensagem é para que não se apavorem, nós vamos ter que passar por essa onda. Agora, se o pânico chegar no meio, tudo fica pior. Estamos preocupados com a questão humanitária, de vidas, mas também com a questão econômica”, disse.
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