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Site dos EUA suspende venda de fósseis contrabandeados do Araripe

No catálogo online, esses artefatos eram vendidos por até US$ 3.900, ou seja, aproximadamente R$ 20 mil.

O site Indiana9Fossils, dos Estados Unidos, suspendeu a venda de diversos fósseis da Formação Crato contrabandeados da Chapa do Araripe, que compreende os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. No catálogo online, esses artefatos eram vendidos por até US$ 3.900, ou seja, aproximadamente R$ 20 mil.

Essa prática foi alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) após o paleontólogo e professor, Juan Cisneros, da Universidade Federal do Piauí (UFPI) fazer uma denúncia junto ao órgão. Há mais de um ano ele mostrou nas redes sociais que os fósseis, datados há mais de 108 milhões de anos, estavam sendo vendidos pelo site. Na época, ele explicou que pela Lei de Proteção ao Patrimônio Paleontológico, de 1942, proíbe a comercialização desse material.

Nessa terça-feira (06) a notícia foi outra. Também pelas redes sociais, o professor anunciou que a loja virtual suspendeu as vendas dos insetos e aracnídeos do Araripe. Segundo ele, os artefatos são do Período Cretáceo, e a venda deles é fruto do contrabando. “As nossas leis são claras. Desde 1942 os fósseis são patrimônio da União e não podem ser comercializados. Fiz uma denúncia no Ministério Público Federal. Uns meses depois, o MPF acionou cooperação internacional [...] a loja suspendeu as vendas de todos os insetos e aracnídeos do Araripe e parece que receberam visitas”, publicou o paleontólogo.


Foto: ReproduçãoFóssil de libélula era vendido por mais de três mil dólares
Fóssil de libélula era vendido por mais de três mil dólares

O administrador da página também se manifestou sobre a denúncia. Em uma única publicação de fósseis de insetos da América do Sul, ele descreve como os artefatos chegaram ao seu poder. “Muitos anos atrás, eu fui abordado por outro vendedor de fóssil enquanto estava em um show em Tucson. Ele me perguntou se eu gostaria de levar uma coleção enorme de Insetos do Crato para casa comigo para vender em consignação com ele, e nós poderíamos dividir os lucros”, afirmou.

Responsável pelo anúncio dos fósseis no site, ele afirmou chegou a ser questionado sobre a legalidade do material, porém, ao entrar em contato com o fornecedor europeu, que disse ter “adquirido os insetos legalmente e que tinha os documentos para provar isso”. Recentemente, o administrador do Indiana9Fossils chegou a receber a visita de autoridades brasileiras, que também contataram o Governo dos Estados Unidos.

Foto: ReproduçãoFóssil de escorpião contrabandeado era vendido no site
Fóssil de escorpião contrabandeado era vendido no site

“Aparentemente, um decreto presidencial de 1942 tornou a exportação de todos os fósseis para fora do país ilegal [...] Eu entrei em contato com o vendedor europeu e pedi para ele me mandar cópias dos documentos do Brasil mostrados que eles [fósseis] foram exportados legalmente. O que foi mandado de volta para mim aparentou ser um monte de documentos inúteis e sem sentido”, continuou o responsável.

Foto: ReproduçãoResponsável pela página explicou que adquiriu os artefatos de um vendedor de fóssil europeu
Responsável pela página explicou que adquiriu os artefatos de um vendedor de fóssil europeu

Por fim, ele esclareceu que está cooperando com as autoridades ne tentativa de trazer os insetos de volta para o Brasil. “É necessário muito mais trabalho para ajudar a combater o que aparentemente se tornou um grande mercado-negro operando fora da Europa”, publicou o administrador.

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