No dia 21 de abril, durante sua visita oficial a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de protestos por parte de ucranianos que se manifestavam contra as recentes declarações do presidente sobre o conflito com a Rússia. Os manifestantes se reuniram em frente à embaixada brasileira em Lisboa, segurando bandeiras, cartazes e fotos do conflito.
A refugiada ucraniana Yana Kolomiiets, que reside em Portugal há quatro meses, participou do protesto e expressou sua indignação com os comentários de Lula, que a deixaram "terrivelmente chateada", segundo suas palavras à agência de notícias Reuters. Os manifestantes pediram apoio internacional e seguravam cartazes com frases como "A Rússia é um Estado terrorista" e "Pare de matar nossos filhos".
O presidente da Associação Ucraniana de Portugal, Pavlo Sadokha, entregou uma carta à embaixada brasileira para expressar o descontentamento dos ucranianos com as declarações de Lula. O documento foi entregue ao embaixador do Brasil, Raimundo Carreiro, e ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macedo.
Lula havia causado polêmica ao sugerir que tanto a Ucrânia quanto a Rússia eram responsáveis pelo conflito, que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Suas declarações foram criticadas pelo governo ucraniano, que considerou que tratavam "a vítima e o agressor" de forma equivocada.
Nos últimos dias, Lula tentou amenizar o mal-estar causado por suas declarações e condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia. No fim de semana anterior, durante sua visita à China, ele havia pedido que os Estados Unidos e os países europeus deixassem de fornecer armas à Ucrânia, alegando que isso apenas prolongava o conflito.
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