O GP1 obteve com exclusividade o nome do empresário preso, na manhã desta quarta-feira (14), acusado de liderar esquema que falsificava documentos públicos e privados em nome do cartório do 1º ofício de Timon. Trata-se de Erlino Mendes Oliveira, dono da empresa Atlas Assessoria & Imóveis, alvo da Operação Paralelo II, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Maranhão.
Além do empresário, o esquema contava ainda com a participação do filho dele, Erlino Júnior; de um funcionário do cartório, que foi afastado após a descoberta do esquema; e um cabo da PM do Maranhão, que buscava Erlino para obter os documentos falsos para terceiros. Todos eles foram alvos de mandados de prisão preventiva cumpridos nesta quarta, além de outras sete pessoas.
Empresário era o líder
Conforme o promotor Francisco Fernando, do Gaeco de Timon, Erlino Mendes era procurado por diversas pessoas com diferentes objetivos para a falsificação de documentos. “Havia pessoas que buscavam fazer fraude no recolhimento de tributo, na transferência de imóvel, outra buscava o serviço de adulteração de documento de veículo de procedência ilegal, outros buscavam transferência de terreno. Então eram várias pessoas com demandas diferentes, pessoas que na maioria das vezes nem se conheciam, mas que todas demandavam o alvo principal [Erlino]”, explicou.
“O filho dele também foi o alvo hoje porque cresceu sendo orientado ou desorientado para o cometimento de crime. Então, já estava ficando um especialista também em fraudes, inclusive, já vinha realizando atividades com o pai. Ela já era como um estagiário do crime”, pontuou o promotor.
Envolvimento do PM
A participação do policial, conforme o promotor, está devidamente configurada no fato de ter procurado Erlino para a obtenção de documentos para veículos irregulares. “As evidências mostram a operação com veículos de procedência ilegal e adulteração de documentos. Ele alegou que não tem não tem ligação, mas as evidências são no sentido de que tinha. Então, ele vai ter direito à defesa e o Judiciário vai decidir ao final se procede ou não procede”, declarou Francisco Fernando.
Participação do funcionário do cartório
Quanto ao ex-funcionário do cartório do 1º ofício de Timon, ele era o homem de confiança de Erlino e peça importante para o esquema. “Ele era o braço, a perna do alvo principal no esquema. As evidências demonstram isso, que ele fazia o meio de campo, a parte interna lá no cartório para receber as demandas", disse o promotor.
“Cartório do crime”
De acordo com o promotor Francisco Fernando, o grupo possuí um verdadeiro “cartório do crime” para fazer as falsificações. “Durante a primeira fase da Operação Paralelo deflagrada, em dezembro, foi verificado que havia um verdadeiro ‘cartório do crime’ à disposição de qualquer demanda criminosa para falsificações, ou seja, todo mundo que precisava de qualquer tipo de falsificação de documentos recorria a esse cartório para falsificação de certidão de óbito, nascimento, aposentadoria, dentre outros. Então assim, era um portfólio muito amplo de serviços que eram oferecidos por esse cidadão”, enfatizou.
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