O GP1 divulga, na noite deste sábado (04), novos trechos do depoimento de Joana Maria Alves da Rocha, irmã do empresário assassinado Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro, onde ela revela à Polícia Civil do Maranhão que o também empresário Alberto Ribeiro Soares Filho, mais conhecido como Betinho, preso no dia 27 e janeiro suspeito de envolvimento no crime, tinha constantes brigas com a vítima. Segundo o relato, obtido com exclusividade por nossa reportagem, as brigas eram motivadas por dívidas geradas por Alberto Ribeiro na empresa que ele mantinha com Nicolau.
Em depoimento, Joana Maria relatou à delegada Nayana Chaves, da Delegacia de Homicídios de Timon, que Nicolau e Alberto não tinham boa relação e que ambos tinham desfeito a sociedade devido a empréstimos feitos pelo acusado em nome da empresa de mineração de Waquim, o que gerou muitos débitos.
"Terceiro estava muito exaltado e dizia para Alberto que iria procurar a polícia e iria dar parte dele, pois tinha descoberto tudo e continuava o chamando de "bandido", que Terceiro continuava dizendo: "tu vai me pagar pelo que tu fez com a minha empresa, e comigo, hoje eu sei quem tu é"; que esclarece que tem conhecimento que Alberto fez vários empréstimos em nome da empresa de Terceiro, e tinha lhe afundado em dividas; que no dia em que registrou a ocorrência não mencionou isso, por que ninguém tinha dado importância a isso", diz trecho do depoimento.
O depoimento da irmã de Waquim aponta ainda que ela presenciou diversas discussões do irmão com Alberto Ribeiro em ligações, onde os dois gritavam e ela ouvia Nicolau dizer que era intimidado por pessoas a mando do empresário.
“Indagado sobre como era a relação com o ex-sócio Alberto Ribeiro Soares Filho com terceiro, disse que não era boa, inclusive a sociedade havia acabado acerca de um ano; que há cerca de quatro meses presenciou diversas vezes o terceiro discutindo com o Alberto, ao telefone, e a última vez, que não faz muito tempo, acredita que há menos de um mês, presenciou terceiro discutindo aos gritos com o Alberto, dizendo que já tinha descoberto tudo, que sabia que ele tinha mandado o Tiaguinho ir lhe intimidar, botando arma na sua cabeça lá no interior; que ele repetia, gritando e chamando ele (Alberto) de bandido, dizendo que Alberto iria pagá-lo pelo que tinha feito", disse a irmã de Waquim em depoimento.
Nicolau denunciou ex-sócio
Dois meses antes de ser morto, Nicolau registrou Boletim de Ocorrência contra Alberto Ribeiro. O GP1 teve acesso, com exclusividade, à íntegra do B.O, registrado no dia 12 de setembro de 2022.
No Boletim de Ocorrência, Nicolau acusou Alberto de realizar, sem o seu consentimento, empréstimos em nome da empresa que mantinham.
Ligação de Alberto Ribeiro com vizinho
Joana Maria revelou ainda à Polícia Civil que durante essas brigas por ligações, já ouviu seu irmão dizer que Alberto Ribeiro e um vizinho de um terreno da família estariam juntos para “acabarem com Terceiro”. Nicolau se mostrava muito exaltado e nessas discussões dizia saber de um assassinato ocorrido no interior do Maranhão e que teria sido a mando de Alberto.
O vizinho, segundo a irmã, já possuía desavenças com Nicolau devido a briga por conta de um terreno, que foi adquirido em 2012 com o pai da família da vítima. Ambas as partes tiveram várias discussões e, por isso, a família de Nicolau suspeitou da participação dele.
Prisão temporária de acusado
O empresário Alberto Ribeiro Soares Filho foi preso no dia 27 de janeiro, acusado de ter participação no assassinato do também empresário Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro, que foi morto a tiros no dia 18 de novembro de 2022, dentro de sua casa, em Timon. A vítima é sobrinho da deputada Socorro Waquim.
De acordo com a Policia Civil do Maranhão, a prisão do acusado ocorreu em Teresina por meio de mandado de prisão temporária de 30 dias, expedido pelo juiz Rogério Monteles da Costa, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Timon. O suspeito foi capturado dentro de uma clínica.
Relembre o crime
O empresário Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro foi assassinado com oito disparos de arma de fogo dentro de casa na madrugada do dia 18 de novembro de 2022, no bairro Parque São Francisco, em Timon.
A irmã da vítima relatou que estava em casa, no quarto dos seus pais, assistindo televisão, quando ouviu uma sequência de disparos de arma de fogo e se levantou para ver o que é. Logo depois, achou seu irmão sem vida. Dois suspeitos conseguiram entrar na área externa do imóvel e tiveram acesso até a cozinha, onde Terceiro Waquim se encontrava. Um dos acusados conseguiu alvejar a vítima com oito disparos de arma de fogo, por meio de um basculante. A vítima morreu ainda no local.
Informações já apuradas pela Polícia Civil do Maranhão dão conta que os dois suspeitos utilizaram uma motocicleta para empreender fuga, logos após o crime.
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