O GP1 teve acesso, com exclusividade, ao depoimento de Joana Maria Alves da Rocha, irmã de Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro, que relata os detalhes da noite em que o empresário foi assassinado, dentro da sua residência, com oito disparos de arma de fogo. Nicolau Waquim morreu no dia 18 de novembro de 2022, no bairro Parque São Francisco, em Timon.
A irmã de Nicolau Waquim prestou depoimento à delegada Nayana Chaves, da Delegacia de Homicídios de Timon, no dia 23 de novembro de 2022, cinco dias após o crime.
Joana Maria, a mãe e mais outra irmã foram as primeiras a encontrar Nicolau morto, no chão da cozinha. Em seu depoimento, ela revela que a família suspeita que o crime tenha participação de um vizinho, que tinha constantes discussões com a vítima.
Ele seria mais um suspeito, considerando que, nesta sexta-feira (27), foi preso o empresário Alberto Soares Ribeiro Filho, apontado pela polícia como possível envolvido no assassinato.
Detalhes do depoimento
Em seu depoimento, Joana relata que na noite do dia 17 para o dia 18 de novembro de 2022 estava em casa, enquanto Nicolau havia saído com amigos para uma boate em Teresina. Ela diz que não viu quando o irmão chegou, e estava assistindo televisão no quarto, quando ouviu uma sequência de disparos de arma de fogo, aproximadamente às 00h05 do dia 18.
Após ouvir os barulhos, ela se levantou da cama, procurou seu chinelo e assim que saiu do quarto se deparou com sua mãe, que estava quase dormindo, mas também se espantou com os disparos e perguntou o que era aquilo.
Mãe e filha saíram correndo pela casa e encontram Karyme, que também é irmã de Nicolau, e foram as três em direção a cozinha, quando se depararam com a vítima já caída no chão, sem nenhum sinal vital. Depois disso, Joana saiu correndo pela porta da cozinha, olhou para os fundos da casa, mas não teve visão nítida devido a escuridão. Joana disse ainda que os cachorros da residência estavam presos, que não ouviu eles latirem, mas que conseguiu identificar um barulho de moto se deslocando pelos fundos do terreno da casa da família, como se estivesse passando em alta velocidade pela lateral que dá acesso à rua 90.
Depois que ouviu esse barulho, Joana, em depoimento, falou que foi para frente da casa, onde ainda chegou a abrir o portão para ver se via algo, mesmo sem pensar no perigo que poderia correr, mas que estava desesperada. Além disso, Karyme ligou para um primo solicitando ajuda e em seguida, apareceu um carro em alta velocidade, que era conduzido por um homem identificado como Ulisses. As irmãs relataram o ocorrido para ele e depois a polícia foi acionada.
O relato da irmã de Nicolau entra em consonância com o que a Polícia Civil investigou. A vítima estava na cozinha da casa e foi alvejada enquanto estava de costas para uma janela na cozinha, abaixado, para colocar a ração para o gato.
Desavenças com vizinho
O inquérito da Polícia Civil ainda mostra que a irmã foi indagada sobre a suspeita da participação de um vizinho no crime. Joana esclareceu que a vítima tinha algumas desavenças com o suspeito devido ao terreno vizinho de sua residência, que foi adquirido em 2012 com o pai da família. Devido ao Alzheimer do pai, Nicolau passou a tomar a frente das responsabilidades e seu vizinho teria passado a invadir a área do terreno da família com um muro fora dos limites.
A situação causou muita confusão a ponto de Nicolau usar um trator e passar por cima do muro que o vizinho estava construindo no local. Ambas as partes tiveram várias discussões em decorrência disso chegando e, por isso, o vizinho ajuizou uma ação contra Nicolau por danos materiais e morais. Porém, a desavença não cessou e vizinho colocou uma draga para funcionar praticamente dentro do terreno do Nicolau. Em seu depoimento, Joana afirmou que as novas discussões passaram acontecer de três meses para cá.
A suspeita em cima do vizinho surgiu devido ao fato de que, quando Nicolau morreu, o suspeito pagou todas as taxas na Secretaria do Meio Ambiente para o funcionamento da draga e pretendia colocar para funcionar novamente, inclusive tendo Nicolau Terceiro acionado o Ministério Público para denunciar. No dia da audiência marcada no Ministério Público, com o promotor Eduardo Borges e o secretário do Meio Ambiente Municipal, o vizinho e Nicolau tiveram uma nova confusão, os ânimos subiram e não houve um acordo entre as partes.
Por conta das denúncias e brigas, a família de Nicolau suspeitou da participação do vizinho, porém os parentes não tiveram conhecimento de ameaças, mas alegaram que o suspeito resolve os seus problemas com violência.
Prisão temporária de empresário
O empresário Alberto Ribeiro Soares Filho foi preso nesta sexta-feira (27) acusado de ser o mandante do assassinato do também empresário Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro, que foi morto a tiros no dia 18 de novembro de 2022, dentro de sua casa, em Timon. A vítima é sobrinho da deputada Socorro Waquim.
De acordo com a Policia Civil do Maranhão, a prisão do acusado ocorreu em Teresina por meio de mandado de prisão temporária de 30 dias, expedido pelo juiz Rogério Monteles da Costa, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Timon. O suspeito foi capturado dentro de uma clínica.
Relembre o crime
O empresário Nicolau Jorge Elias Waquim Terceiro foi assassinado com oito disparos de arma de fogo dentro de casa na madrugada do dia 18 de novembro de 2022, no bairro Parque São Francisco, em Timon.
A irmã da vítima relatou que estava em casa, no quarto dos seus pais, assistindo televisão, quando ouviu uma sequência de disparos de arma de fogo e se levantou para ver o que é. Logo depois, achou seu irmão sem vida.
Dois suspeitos conseguiram entrar na área externa do imóvel e tiveram acesso até a cozinha, onde Terceiro Waquim se encontrava. Um dos acusados conseguiu alvejar a vítima com oito disparos de arma de fogo, por meio de um basculante. A vítima morreu ainda no local.
Informações já apuradas pela Polícia Civil do Maranhão dão conta que os dois suspeitos utilizaram uma motocicleta para empreender fuga, logos após o crime.
Ver todos os comentários | 0 |