O titular da Delegacia de Homicídios de Timon, Otávio Chaves, afirmou em entrevista ao GP1 na manhã dessa quinta-feira (22), que está realizando buscas a um dos acusados de envolvimento na morte de Joycilene Nascimento da Silva, 32 anos, encontrada morta no Rio Parnaíba, em Teresina, no dia 6 de setembro de 2022.
O delegado Otávio Chaves explicou que seis pessoas participaram do crime, sendo quatro adolescentes e dois adultos. Os quatro adolescentes e um adulto já foram ouvidos, resta apenas o outro maior de idade ser localizado. Este último seria o mentor do crime.
“Dois maiores de idade já foram identificados, um já foi ouvido, negou participação, mas vai responder porque não tomou nenhuma medida para evitar. Já o outro está foragido. Os quatro menores de idade também já foram ouvidos. Algumas adolescentes confessaram ter agredido, mas supostamente o maior de idade teria capitaneado a conduta”, informou o titular da Delegacia de Homicídios.
O titular da Delegacia de Homicídios disse ainda que o próximo passo agora é prender os dois maiores de idade. Já a conduta dos adolescentes será apurada pela Delegacia do Adolescente Infrator.
“Nós da Delegacia de Homicídios estamos ouvindo todo mundo e ao término de todos os procedimentos a parte referente aos adolescentes será encaminhada para a Delegacia do Adolescente Infrator, que vai fazer o relatório referente a conduta deles. Vamos ficar com os maiores e tomar as medidas cautelares”, completou o titular da Delegacia de Homicídios de Timon.
Os dois adultos devem responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Já os adolescentes devem responder por ato infracional análogo a homicídio.
Vítima não tinha envolvimento com facção criminosa
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios de Timon, Joycelene não possuía envolvimento com nenhuma facção criminosa, no entanto, o bairro que ela morava era liderado pela facção criminosa PCC, enquanto o bairro que ela foi agredida era comandando pela facção Bonde dos 40.
“A vítima não tinha envolvimento com facção, não tinha passagens pela polícia, mas simplesmente por morar em outro bairro em que a facção é diferente eles resolveram agredi-la e isso culminou com a morte da vítima. Nenhum dos envolvidos é faccionado, todo mundo disse que não pertence a facção, mas nós sabemos que são pessoas com ligações com facções, que correm com a facção, que fazem uso da facção para se proteger e cometer ataques”, explicou o delegado Otávio Chaves.
Trajetória da vítima
O delegado Otávio Chaves narrou que Joycelene estava saindo de uma festa no bairro São Francisco, em Timon, quando foi abordada por um grupo de seis pessoas, composto por quatro adolescentes e dois adultos, que passaram a agredi-la.
“A vítima e a irmã foram para várias festividades no dia da ocorrência. Em um terceiro bar quando estava saindo a vítima viu um grupo de pessoas. O grupo de pessoas se aproximou da vítima e perguntou de onde ela era. Ela disse que era do bairro Pedro Patrício e o grupo disse que como ela era desse bairro ela era de tal facção, foi aí que começaram as primeiras agressões”, relatou o delegado.
Vítima foi jogada no rio ainda com vida
Em seguida, a vítima foi levada para outros lugares, onde aconteceram mais agressões. Em determinado momento, os acusados jogaram Joycelene bastante machucada no Rio Parnaíba, em Timon. Como estava muito fraca em virtude das agressões, a vítima acabou não resistindo e morreu afogada. O corpo de Joycelene foi encontrado cerca de 24 horas depois, no Rio Parnaíba, região do Encontro dos Rios, zona norte de Teresina.
“Depois levaram a vítima para atrás de um campo de futebol. Começaram a bater, filmaram. As primeiras agressões foram ali. Após as primeiras agressões ela foi levada para uma espécie de vacaria na beira do rio. Lá tiveram novas agressões, queimaram o cabelo da vítima. Empurraram a vítima em uma ribanceira de 3 metros e desferiram vários golpes com pedaços de madeira na vítima. Em seguida a vítima foi jogada no rio. Conforme o exame cadavérico ela faleceu tanto de traumatismo craniado por conta das pancadas, como por afogamento. Ela foi jogada no rio ainda com vida”, revelou o delegado Otávio Chaves.
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