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Ciclone deixa mais de mil mortos em arquipélago da França

Região mais pobre foi atingida pelo ciclone Chido fazendo bairros inteiros desaparecerem.

O arquipélago francês de Mayotte foi devastado pelo ciclone Chido nesta segunda-feira (16), resultando na morte de centenas a milhares de pessoas e na destruição de bairros inteiros. A tragédia foi confirmada pelo prefeito do território, François-Xavier Bieuville, que classificou a tempestade como a mais forte a atingir o Oceano Índico nos últimos 90 anos.

Em entrevista a veículos de comunicação locais, Bieuville destacou que o número exato de vítimas ainda é incerto. “Acredito que há algumas centenas de mortos, talvez cheguemos perto de mil ou até milhares, dada a violência deste evento”, afirmou.


O Ministério do Interior da França confirmou a dificuldade de contabilizar as vítimas fatais e suas identidades. Isso se deve, em parte, ao fluxo intenso de imigrantes sem documentação que vivem em Mayotte, muitos dos quais não estão registrados nos sistemas governamentais usados para estimar o número de afetados.

Moradores descreveram os estragos causados pelo ciclone como semelhantes ao impacto de uma “bomba atômica”. Ambdilwahedou Soumaila, chefe da comuna de Mamoudzou, capital de Mayotte, informou que nove pessoas em estado crítico foram atendidas e 246 feridos receberam cuidados médicos. Apesar disso, o número exato de mortos segue desconhecido.

Segundo relatos locais, muitos imigrantes sem documentação, temendo deportação, não buscaram abrigo fornecido pelo poder público, já que a entrada exigia a apresentação de documentos. “Muitos permaneceram em suas casas até o último minuto, mesmo em áreas de risco”, relatou a enfermeira aposentada e representante sindical Ousseni Balahachi à agência France Presse.

Em resposta ao desastre, equipes de resgate foram enviadas ao território pela Ilha da Reunião, pertencente à França continental. No entanto, os socorristas enfrentam desafios significativos para salvar sobreviventes e restabelecer os serviços essenciais.

De acordo com informações do governo francês, cerca de 1,6 mil policiais, bombeiros e socorristas participam das operações, apoiados por navios e aeronaves militares. “Os próximos minutos e horas são muito importantes”, afirmou o porta-voz da segurança civil francesa, Alexandre Jouassard, em entrevista ao canal France 2.

As operações de resgate continuam em meio à devastação generalizada, enquanto o governo francês busca estratégias para lidar com os desafios impostos pela falta de documentação e pela magnitude do desastre.

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