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Eleições 2022

Bolsonaro chama de “cara de pau” e “sem caráter” quem assinou manifesto

O chefe do Executivo deu a entender que os signatários da carta têm interesses de tirá-lo do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de “cara de pau” e “sem caráter” os signatários da carta organizada pela Faculdade de Direito da USP. O manifesto conta com mais de 660 mil adesões da sociedade, além de ter sido assinado por juristas, ministros eméritos do Supremo Tribunal Federal (STF), docentes universitários, membros dos tribunais de contas e do Ministério Público, empresários de vários setores, banqueiros, artistas e líderes políticos, incluindo candidatos à Presidência, entre outras personalidades de diversas categorias.

“Pessoal que assina esse manifesto (por democracia) é cara de pau, sem caráter”, declarou o presidente nesta terça-feira, 2, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre. “Não vou falar outro adjetivo aqui porque eu sou uma pessoa bastante educada".


O chefe do Executivo deu a entender que os signatários da carta têm interesses de tirá-lo do Planalto. “Geralmente, quem fala que é defensor da democracia é um ditador”, disse.

“Olha quem assinou: banqueiros. Banqueiros estão contra o Pix (...) Veja o padrão das outras pessoas: artistas, que foram desmamados da Lei Rouanet. Olha o perfil dos políticos”, afirmou. “Veja o que esse pessoal de esquerda que assinou o manifesto pela democracia fala de Cuba?”, acrescentou.

No último dia 26, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que banqueiros estariam participando do manifesto por terem perdido “R$ 40 bilhões” por ano como suposto resultado do sucesso do Pix. “Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor”, escreveu o ministro em uma rede social.

O manifesto foi assinado pelos candidatos à Presidência Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), pelo candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin (PSB); pelos ex-ministros do STF Celso de Mello e Joaquim Barbosa, entre outros; pelo reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior; além de procuradores, promotores, desembargadores, artistas, entre outros, como os banqueiros Roberto Setúbal e Candido Bracher, do Itaú Unibanco.

Bolsonaro também aproveitou a entrevista para fazer críticas ao ministro Alexandre de Moraes, que toma posse na presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 16 e conduzirá as eleições. Segundo o presidente, o magistrado “faz de tudo” para incriminá-lo e os inquéritos conduzidos por ele “são completamente ilegais, imorais”. “É uma perseguição implacável por parte dele, a gente sabe o lado dele”, afirmou.

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