Davi Fernandes
O Piauí foi a única unidade federativa com a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil, segundo o primeiro Relatório de Transparência Salarial do país, com foco em gênero. Os dados apontam que as mulheres piauienses recebem 6,3% a menos que os homens e o estudo abrangeu 323 empresas, totalizando 96.817 funcionários.
O relatório foi apresentado em 25 de março pelos Ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE). Ele reúne dados importantes coletados de empresas com 100 ou mais funcionários, conforme exigido pela Lei nº 14.611. Esta lei, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023, estabelece a igualdade salarial e critérios remuneratórios entre mulheres e homens.
A diferença salarial entre os gêneros varia de acordo com o grupo ocupacional. No Piauí, por exemplo, a diferença chega a 34,3% em cargos de direção e gerência. Além disso, o relatório mostra que, embora as mulheres negras sejam maioria no mercado de trabalho piauiense, elas recebem menos que as mulheres brancas. A remuneração média da mulher negra é de R$ 2.611,72, enquanto a da mulher branca é de R$ 3.199,52.
O relatório também revela se as empresas possuem políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres. No Piauí, 39,7% das empresas possuem planos de cargos e salários, 35,6% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência, 25,3% têm políticas de apoio à contratação de mulheres e 14,4% incentivam a contratação de mulheres negras.
No entanto, apenas 14,4% das empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 17,8% incentivam a contratação de mulheres com deficiência e apenas 2,9% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (10,9%) e auxílio-creche (14,4%).
Ver todos os comentários | 0 |