A expansão da cobertura ferroviária da Transnordestina no Nordeste, com foco no Piauí, está ampliando o potencial da região para se fortalecer no ambiente de negócios competitivo do Brasil e do exterior. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), principal financiadora da ferrovia, liberou R$ 811 milhões para a obra em 2023 e já vislumbra novas oportunidades para atrair empreendedores para a região.
A estratégia integrada de atuação das iniciativas pública e privada é fundamental para viabilizar novos investimentos em áreas como infraestrutura, agricultura e indústria de transformação. O município de Eliseu Martins (PI), grande produtor de soja, se beneficiará com a obra que escoará a produção até o porto do Pecém (CE), um dos mais próximos à Europa e África.
A ferrovia ganhará 101 km de extensão no território cearense, entre os municípios de Acopiara e Quixeramobim. A obra, que receberá R$ 1 bilhão em investimentos e será executada pela empresa Marquise Infraestrutura, criará 1.300 empregos diretos e tem expectativa de gerar outros 2.500 postos de trabalho indiretos.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), cerca de 70% da fase 1 do projeto já está pronta. Para concluí-la, é necessário conectar o sertão do Piauí, a partir da cidade de Eliseu Martins, com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE). Esta etapa está programada para terminar até 2027. A fase 2 deve ser concluída até 2029.
Com o avanço das obras da Transnordestina, o diretor da Sudene acredita que o portfólio de instrumentos da Sudene voltado ao setor produtivo ganhará ainda mais importância. Os fundos regionais oferecem taxas abaixo do mercado. Com a entrega da ferrovia, cria-se um cenário muito positivo para novos negócios, com galpões de estoques, novas empresas. O investidor no exterior que deseja comprar soja do Piauí sabe que terá condições de viabilizar isso porque a Transnordestina escoará a produção para o porto e, de lá, ela seguirá para o continente no empresário internacional.
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