O Governo Federal deve manter uma estimativa de crescimento do Produto Internto Bruto (PIB) acima de 2% em 2022, segundo apurou o Estadão. A nova estimativa será divulgada na quarta-feira, 17, pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
O governo trabalha atualmente com uma expectativa de alta de 2,5% no PIB no ano que vem. Nesta terça-feira, 16, o boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado está ainda mais pessimista. A previsão dos analistas para o crescimento em 2022 cedeu de 1,00% para 0,93%.
Para defender o número “nitidamente” mais otimista, a equipe econômica vai argumentar que a retomada do mercado de trabalho será mais forte do que o esperado. A previsão é que serão gerados 5 milhões de postos de trabalho, formais e informais, até o fim do ano que vem, o que daria sustentação à atividade econômica.
Para esses técnicos, a taxa de participação no mercado de trabalho - isto é, o número de pessoas que estão ocupadas ou buscando emprego em relação ao total em idade de trabalhar - ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia, o que indica potencial de crescimento nos próximos meses.
Segundo o IBGE, a taxa de participação no trimestre encerrado em agosto de 2021 ficou em 58,6%, acima dos 54,7% observados em igual período do ano passado, mas ainda abaixo dos 62,1% verificados no mesmo trimestre de 2019.
As estimativas de crescimento do PIB são importantes para determinar, por exemplo, o quanto o governo deve arrecadar no ano. Como mostrou o Estadão em setembro, é incomum as projeções da SPE e do mercado se distanciarem tanto. O episódio mais recente foi em julho de 2020, quando os efeitos mais acentuados da pandemia da covid-19 levaram o mercado a projetar uma queda mais intensa do PIB para aquele ano (-6,47%) do que a projeção do governo (-4,7%). Até hoje, o governo “celebra” o que considera como um acerto, já que a queda acabou ficando em 4,1%.
Na divulgação de quarta-feira também haverá uma revisão para cima na projeção de inflação. Hoje, o governo espera alta de 7,9% no IPCA e de 8,4% no INPC.
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