O Japão sofreu a maior contração da história no seu Produto Interno Bruno (PIB) no segundo trimestre de 2020, período em que a pandemia de coronavírus esvaziou lojas e derrubou a demanda por carros e outras exportações, ampliando o cenário para uma ação mais ousada de política monetária para impedir uma recessão mais profunda.
O terceiro trimestre seguido de recuo derrubou o tamanho do PIB real para mínimas em uma década, apagando os benefícios conseguidos com as políticas de estímulo do primeiro-ministro Shinzo Abe adotadas no final de 2012.
A terceira maior economia do mundo encolheu 27,8% entre abril e junho na comparação com o mesmo período de 2019, mostraram dados do governo nesta segunda-feira, 17, marcando a maior queda desde que dados comparáveis se tornaram disponíveis, em 1980.
Embora a contração tenha sido menor do que a queda de 32,9% nos Estados Unidos, foi muito maior do que o recuo de 17,8% no Japão no primeiro trimestre de 2009, quando o colapso do Lehman Brothers abalou os mercados financeiros globais.
O tamanho do PIB real do Japão encolheu para 485 trilhões de ienes, nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2011, quando o Japão ainda sofria com duas décadas de deflação e estagnação econômica.
Embora a economia do país esteja emergindo após o início das medidas de flexibilização da economia no fim de maio, muitos analistas esperam que qualquer recuperação no trimestre atual seja modesta diante do novo aumento nas infecções
“O grande declínio pode ser explicado pela queda no consumo e exportações”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin. “Espero que o crescimento se torne positivo no trimestre de julho a setembro. Mas, globalmente, a recuperação é lenta em todos os lugares excedo na China.”
Por trás da fraqueza econômica do Japão esteve o consumo privado, que despencou um recorde de 8,2% depois que as medidas para conter a propagação do coronavírus mantiveram os consumidores em casa.
A demanda externa cortou um recorde de 3 pontos porcentuais do PIB, uma vez que os embarques para o exterior caíram 18,5%, com as exportações de carros particularmente afetadas.
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