De acordo com os dados obtidos por meio da Pnad Contínua e compilados pela Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), no país, 10,3 milhões dos ocupados recebem até um salário mínimo, o que equivale a uma renda mensal de R$ 440. Essa parcela representava 10,9% da População Economicamente Ativa (PEA). Em 2015, estava em 7,9% com 9,023 milhões de trabalhadores nessa condição.
De acordo com o Estadão, 5,5 milhões de brasileiros recebem apenas um quarto da salário mínimo, o que equivale a uma renda mensal inferior a R$ 220. No primeiro trimestre do ano passado, esse contingente era de 4,4 milhões de pessoas, o que representa um crescimento significativo na crise brasileira.
- Foto: FotogaúchaTrabalho informal
O professor Rafael Camelo, da Fipe, responsável pelo levantamento dos dados, disse que isso se deve à crise econômica. “Esse movimento não é muito diferente do observado na taxa de desemprego padrão: as taxas se reduzem até 2014 e voltam a subir desde então, como resultado da crise econômica – acompanhada pelo crescimento da desigualdade de renda”.
Ele disse ainda que esse contingente de baixos rendimentos abrange também trabalhadores autônomos ou que tiveram redução da jornada, mas, sobretudo, trabalhadores sem carteira assinada. “Os dados são mais dramáticos não só pelo crescimento de uma parcela dos trabalhadores que ganha pouco, mas porque esse é o mesmo grupo que dispõe de menos proteção social em tempos de crise: não pode contar com seguro-desemprego ou FGTS”, explica.
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