Fechar
GP1

Brasil

Amigo de Neymar pegou dinheiro emprestado com faz-tudo do PCC

José Celso frequentemente compartilha fotos ao lado do jogador, exibindo proximidade com o atleta.

Relatórios enviados à Polícia Federal (PF) revelam transações financeiras suspeitas entre José Celso de Moraes, conhecido como empresário esportivo e amigo próximo de Neymar Jr., e Rany Alessandra Arrabal, esposa de Willian Agati, apontado como "faz-tudo" da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). As transações foram identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e estão sendo analisadas na operação Mafiusi, que investiga um esquema de tráfico internacional de drogas chefiado por Agati.

De acordo com os documentos, José Celso de Moraes, realizou transferências que somam R$ 120.308,00 em 11 operações entre 2021 e 2022, destinadas a Rany, esposa de Agati. Em entrevista, Moraes confirmou as transações e alegou que o dinheiro foi um empréstimo pessoal feito a Willian Agati, após enfrentar dificuldades financeiras.

Foto: Reprodução/Redes SociaisNeymar e José Celso de Moraes, amigo que recebeu empréstimo de faz-tudo do PCC.
Neymar e José Celso de Moraes, amigo que recebeu empréstimo de faz-tudo do PCC.

José Celso de Moraes é reconhecido como um dos amigos próximos de Neymar Jr. Nas redes sociais, ele frequentemente compartilha fotos ao lado do jogador, destacando a proximidade com o atleta do Santos.

Relacionamento com o PCC e o tráfico internacional

Willian Agati, marido de Rany, foi preso por sua atuação como intermediário no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para o PCC. Ele fornecia logística para o envio de drogas ao exterior e operava uma complexa rede de movimentação financeira para esconder a origem ilícita dos valores. Além de Willian Agati, outros envolvidos nas transações financeiras de José Celso, como sua esposa, também estão sendo investigados pela PF, que aponta que Rany mantinha um estilo de vida luxuoso incompatível com sua renda oficial.

Em sua defesa, José Celso afirmou que desconhecia as atividades criminosas de Agati. "Nunca soube de nada relacionado a tráfico, achava que ele era empresário, fazia eventos e outras coisas", disse. Ele também negou envolvimento com qualquer prática ilícita, enfatizando que a relação com Agati foi limitada ao empréstimo de dinheiro.

Foto: DivulgaçãoAs transações realizadas por João Celso Moraes, mencionadas pela Polícia Federal
As transações realizadas por João Celso Moraes, mencionadas pela Polícia Federal

Operação Mafiusi e o esquema de tráfico

A operação Mafiusi, deflagrada em dezembro de 2024, investiga o envolvimento de Agati e seu grupo com o tráfico de drogas internacional. A PF identificou que a organização criminosa dominava rotas entre o Brasil e a Europa, utilizando tanto o transporte marítimo quanto aéreo. Agati e seus aliados têm conexões com a máfia calabresa ‘Ndrangheta e eram responsáveis por movimentar grandes quantias de dinheiro, com transações suspeitas que indicam ocultação da origem dos valores.

A operação desmantelou um complexo esquema de lavagem de dinheiro, que envolvia várias empresas e indivíduos, como Rany Alessandra, que usavam contas bancárias para disfarçar a procedência dos recursos. A PF está agora aprofundando as investigações para entender como as transações de pessoas como José Celso de Moraes se encaixam nesse esquema.

Reações e defesa de envolvidos

O advogado de Willian Agati afirmou que seu cliente é inocente e nunca esteve envolvido em atividades criminosas. Segundo o defensor, Agati é um empresário com "conduta ilibada" e nega qualquer relação com o PCC ou com a máfia italiana.

A assessoria de Neymar Jr. afirmou que não irá se manifestar sobre o caso.

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2025 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.