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Empresa reembalou carne podre do RS como produto nobre do Uruguai

A empresa Tem Di Tudo Salvados é acusada de lavar e embalar essas carnes deterioradas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) está investigando a venda de 800 toneladas de carne bovina imprópria para consumo, que haviam ficado submersas durante as enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa Tem Di Tudo Salvados é acusada de lavar e embalar essas carnes deterioradas como se fossem produtos nobres importados do Uruguai. Agora, a polícia tenta rastrear os destinos das peças vendidas por meio de notas fiscais apreendidas no frigorífico, com o objetivo de identificar os compradores em todo o Brasil.

A Delegacia do Consumidor (Decon) revelou que as carnes, que estavam em processo avançado de deterioração, foram tratadas para enganar os consumidores. A empresa Tem Di Tudo Salvados, com sede em Três Rios (RJ), teria repassado o material para um frigorífico do Rio Grande do Sul, que deveria transformá-lo em ração animal. Porém, as carnes acabaram sendo comercializadas como se fossem de boa qualidade. Após a operação de lavagem, o produto foi embalado com rótulos que simulavam origem uruguaia.


A investigação começou quando a empresa compradora do produto estragado, que havia sido devolvido ao frigorífico de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, percebeu que a carne estava imprópria e denunciou o caso à polícia. O material foi rastreado até o Rio Grande do Sul, onde o produtor, ao receber o produto, notou que as embalagens indicavam se tratar da carne submersa nas enchentes de Porto Alegre, meses antes. A Decon de outros estados também foi acionada para monitorar a venda de produtos semelhantes.

Os investigados podem responder por crimes como associação criminosa, adulteração e corrupção de alimentos, uma vez que as carnes impróprias para consumo foram vendidas em açougues e mercados em todo o Brasil. O delegado Wellington Vieira, responsável pela investigação, destacou que os responsáveis se aproveitaram da tragédia das enchentes para obter lucros ilegais, colocando em risco a saúde de milhares de consumidores. O lucro do grupo pode ter ultrapassado 1.000%, segundo informações da polícia.

Embora a Tem Di Tudo Salvados alegue que sua intenção era transformar a carne estragada em ração animal, a investigação mostrou que o destino do produto era outro. A carne foi vendida para várias empresas, em um esquema que gerou altos lucros, mas expôs a população a sérios riscos.

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