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Políticos desafiam bloqueio de Moraes e seguem usando o X

A Agência Nacional de Telecomunicações notificou todos os provedores sobre a decisão de bloqueio.

Mais de uma dezena de políticos brasileiros utilizaram o X, rede social de Elon Musk, para publicar mensagens desafiando a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio da plataforma no Brasil a partir da madrugada de sábado (31). Entre os que desrespeitaram a ordem e a ameaça de multa de R$ 50 mil por uso da rede estão os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE) e Jorge Seif (PL-SC), além dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS). Em suas postagens, muitos criticaram abertamente o STF.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificou todos os provedores sobre a decisão de bloqueio ainda no fim de semana. Entretanto, o processo de implementação do bloqueio completo pode levar até cinco dias, e a rede pode permanecer acessível no Brasil até quarta-feira (4). Na segunda-feira (2), a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter o X bloqueado até que a empresa pague multas e indique um representante legal no Brasil.

Os políticos que continuaram a postar no X não esclareceram se estavam acessando a rede de forma convencional, por meio de software que oculta a origem da conexão, ou utilizando correspondentes em outros países. Alguns sugeriram que as postagens poderiam ter sido previamente programadas.

Entre os desafiadores da decisão de Moraes, destaca-se o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), que utilizou uma montagem com o rosto do ministro e o chamou de "ditador", alegando que ele estava "humilhado porque milhares de brasileiros estavam usando o X no Brasil burlando sua decisão judicial". Em outra publicação, Van Hattem comemorou que o próprio Elon Musk havia "retuitado" uma mensagem sua sobre o bloqueio do X, reforçando que o Brasil vive uma "ditadura" da qual os cidadãos não se submeteriam.


O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também desafiou Moraes em suas postagens. Em uma mensagem no Instagram, Ferreira mencionou, em inglês, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia postado no X durante o fim de semana e que ele poderia ser multado em US$ 9 mil (equivalente a R$ 50 mil) — multa estipulada por Moraes para o uso da rede via VPN. "Se eles [o TSE] podem, nós podemos. A tirania do ditador Voldemort não prevalecerá", escreveu, fazendo uma referência ao vilão da saga Harry Potter, com quem Moraes tem sido comparado em memes. O TSE informou que sua postagem havia sido previamente programada.

Em uma segunda publicação, Ferreira sugeriu ao ministro que "baixasse a VPN" para ver uma postagem crítica atribuída ao PT em 2016.

Outros políticos também desafiaram a decisão. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) questionou se o X estava “bombando” mais após a decisão de Moraes. O vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo), declarou que a VPN estava funcionando e disse que nunca imaginou "praticar e propagar desobediência civil", mas que "censura não pode ser admitida, jamais".

A deputada Julia Zanatta (PL-SC), por sua vez, usou seu perfil no X para questionar o paradeiro de seus "haters", alegando que a plataforma costumava ser frequentada por "esquerdistas" que a atacavam. A publicação foi assinada por um “correspondente internacional da Julia Zanatta”.

Enquanto isso, o impasse sobre o bloqueio do X no Brasil continua, com novas reações e medidas sendo aguardadas nos próximos dias.

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