No dia 10 deste mês, PT, PDT, PSOL e PCdoB assinaram um manifesto contrário ao corte de gastos em áreas sociais, criticando a pressão por um ajuste fiscal no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão do PT de apoiar o manifesto gerou desconforto entre setores do partido alinhados ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defendem maior comprometimento com a agenda econômica do governo.
O documento, intitulado “Mercado financeiro e mídia não podem ditar as regras para o país”, denuncia pressões contrárias ao reajuste real do salário mínimo, ao vínculo desse valor com as aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao seguro-desemprego, aos direitos sobre o FGTS e aos investimentos mínimos constitucionais em saúde e educação.
Nos bastidores, líderes partidários minimizaram as reações ao manifesto, afirmando que o conteúdo já havia sido abordado em uma nota divulgada pela Executiva Nacional do PT em junho. Para esses líderes, o manifesto reforça posições que o partido já havia tornado públicas.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou sobre o tema. Em suas redes sociais, respondeu a editoriais de grandes veículos de imprensa favoráveis ao ajuste fiscal: “Eles [os jornais] querem impor ao governo o sacrifício dos aposentados, dos trabalhadores, da saúde e da educação. Essa visão pode ter se alinhado ao neoliberalismo do governo passado, mas não ao governo eleito para reconstruir o país”, afirmou Gleisi.
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