O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (21) que precisa “agradecer por estar vivo”, em referência ao suposto plano de envenenamento investigado pela Polícia Federal (PF). Segundo ele, o atentado tinha como alvo também o vice-presidente Geraldo Alckmin. A declaração foi feita durante a cerimônia de lançamento do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto, e ocorre em meio a desdobramentos de uma operação que apura o envolvimento de militares em um esquema para assassinar autoridades, incluindo Lula, Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Durante o evento, Lula relembrou o período eleitoral de 2022, afirmando que seu objetivo era trazer "normalidade" e "civilidade democrática" ao Brasil. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o petista fez críticas ao governo anterior, destacando que prefere demonstrar resultados ao invés de perseguir adversários políticos. "Quero medir com números quem fez mais escolas, quem cuidou mais dos pobres, quem construiu mais estradas, pontes e aumentou o salário mínimo", declarou o presidente.
O discurso de Lula veio dias após o ministro Alexandre de Moraes autorizar uma operação da Polícia Federal contra militares envolvidos em um plano para atacar autoridades. Segundo o documento apresentado pela PF, o esquema incluía o monitoramento de deslocamentos de Lula, Alckmin e Moraes desde novembro de 2022, antes da posse presidencial. A investigação aponta que reuniões para planejar os ataques ocorreram em residências de pessoas ligadas ao grupo.
De acordo com a PF, entre as possibilidades discutidas pelos investigados estava o uso de envenenamento em eventos oficiais. Também foram mencionados métodos como artefatos explosivos para atingir o ministro Alexandre de Moraes, com os responsáveis reconhecendo que a operação apresentava altos riscos, tanto pela possibilidade de detecção quanto pelos chamados “danos colaterais”, que poderiam atingir outras pessoas.
As investigações indicam que o monitoramento das autoridades foi intensificado após uma reunião em novembro de 2022, na residência do então general Walter Braga Netto. O planejamento, que incluía o dia 15 de dezembro como um dos marcos para as ações, foi considerado um esquema meticuloso, mas com alto risco de falha e "baixas", termo usado no contexto militar para referir-se a mortes.
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