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Apoiadores de Bolsonaro são alvos de operação da Polícia Federal

Entre os alvos da ação estão o deputado Daniel Silveira e o blogueiro Allan dos Santos, que confirmaram a ação da PF em suas redes sociais.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça, 16, a Operação Lume, para cumprir 21 mandados de busca e apreensão em cinco Estados e no Distrito Federal no âmbito do inquérito sobre a organização e o financiamento de supostos atos antidemocráticos. Entre os alvos da ação estão o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) , o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, principal operador político do Aliança pelo Brasil, e o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar.

As diligências foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República e autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal. As ordens são cumpridas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no DF.


Nesta segunda, 15, a Polícia Federal também foi às ruas para cumprir ordens no âmbito do inquérito sobre os supostos atos antidemocráticos. Agentes prenderam a extremista Sara Giromini e ainda buscaram outras cinco lideranças do grupo ‘300 do Brasil’. A PF não informou se as ordens foram executadas.

As primeiras movimentações da PF nesta manhã foram confirmadas pelo deputado Daniel Silveira em seu Twitter. Como mostrou o repórter Rafael Moraes Moura, o deputado foi citado no pedido que o procurador-geral da República Augusto Aras enviou ao STF para abertura do inquérito sigiloso que investiga a autoria e o financiamento de supostos atos antidemocráticos. Ele também foi alvo de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news.

O Estadão também mostrou que Luís Felipe Belmonte, um dos alvos da ofensiva desta manhã, auxilou a organizar ao menos um dos atos ocorridos em Brasília no mês passado. O empresário é o segundo vice-presidente do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar do papel. Na ocasião, a legenda em formação serviu de ponte para os diferentes grupos que se mobilizaram para fazer a manifestação se organizassem.

Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. “Eu coloquei eles em contato, chamei um, chamei outro. Fiz a questão de dizer que precisaria ter dois tipos de procedimento. Primeiro, que se limitasse a apoio ao presidente Bolsonaro e que se ativesse a questões de competência de cada Poder, e não fora (Rodrigo) Maia ou fora Congresso”, afirmou na ocasião. Ele esteve nas manifestações.

O youtuber bolsonarista Ravox também afirmou nas redes sociais ter sido alvo da ação da PF. O blogueiro Alberto Silva do Canal Giro de Notícias, também pró Bolsonaro, publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre.

A investigação

O inquérito sobre os atos foi aberto no dia 21 de abril, a pedido de Aras, para apurar ‘fatos em tese delituosos’ envolvendo a organização de atos no Dia do Exército (19 de abril) que contaram com palavras de ordem contra o STF e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedidos de intervenção militar e ainda faixas com inscrições favoráveis a um novo AI-5, o mais duro ato da ditadura (1964 a 1985). O presidente Jair Bolsonaro discursou em uma das manifestações.

Ao enviar o pedido de investigação ao STF, Aras disse que os ‘fatos em tese delituosos’ foram cometidos ‘por vários cidadãos, inclusive deputados federais’. A investigação foi aberta para verificar se houve violação à Lei de Segurança Nacional. Ao autorizar o inquérito, Alexandre destacou que a Constituição ‘não permite o financiamento e a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático, nem tampouco a realização de manifestações visando o rompimento do Estado de Direito’.

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