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Segurança da família Bolsonaro não é atribuição da PF

Bolsonaro afirmou que sua preocupação é com a segurança da família; proteção é atribuição do Gabinete de Segurança Institucional.

Ao minimizar o conteúdo da reunião ministerial de 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro disse que se preocupa com a segurança de sua família, indicando que as trocas que pretendia promover na Polícia Federal teriam o objetivo de reforçar a segurança dos filhos. No entanto, a proteção da família Bolsonaro é de atribuição do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e não da PF.

A lei 13.844 de junho de 2019, que alterou a organização do governo federal, prevê que a segurança do presidente, vice-presidente e seus familiares é uma atribuição do GSI, comandado pelo ministro Augusto Heleno. No entanto, na reunião, as reclamações de Bolsonaro quanto à segurança dos filhos teriam sido direcionadas ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a quem a PF estava subordinada. O direcionamento indicaria que o presidente não se referia à segurança pessoal de seus filhos.


Em entrevista a jornalistas na terça-feira, Bolsonaro reforçou que o vídeo não contém as palavras “Polícia Federal”, “investigação” e “superintendência”, em uma tentativa de desqualificar a acusação de Moro de que as trocas no comando da PF eram uma manobra para interferir politicamente na corporação.

“A preocupação minha sempre foi, depois da facada, de forma bastante direcionada para a segurança minha e da minha família”, afirmou o presidente. “A Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família”, argumentou.

Investigadores ouvidos pelo Estadão, que acompanharam a exibição do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, afirmam que o presidente se referiu à superintendência fluminense da PF como “segurança do Rio”.

Moro deixou o posto que ocupava no governo federal alegando que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal. Segundo o ex-juiz, Bolsonaro teria dito que, se não pudesse trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro, trocaria o diretor-geral e o próprio ministro da Justiça. Em seu depoimento, no entanto, Moro não soube explicar as razões que poderiam interessar o presidente a efetuar a troca no comando da corporação no Estado.

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