A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, determinou à Polícia Federal a abertura de uma investigação sobre supostos incêndios criminosos na região do Pará.
Moro confirmou o pedido do presidente por uma "apuração rigorosa" e afirmou, no Twitter, que "incêndios criminosos na Amazônia serão severamente punidos".
O ponto de partida dessa investigação é o conteúdo de uma reportagem que narra, entre outros pontos, a suposta atuação de um grupo de 70 pessoas que teriam se articulado no Whatsapp para promover queimadas no Pará em 10 de agosto, que ficou conhecido como "Dia do Fogo".
A reportagem, publicada no site do Globo Rural, reúne também o relato de uma pecuarista que atribui o início das queimadas a funcionários do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
A abertura da investigação foi saudada nas redes sociais pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pelo secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, e por filhos de Bolsonaro.
O senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) falou que há um possível boicote ao governo. "Caso se confirme essa aberração, ficará evidente que o boicote ao governo existe e vem de pessoas infiltradas nos próprios órgãos oficiais", disse, citando o Twitter de Ricardo Salles. "Siga firme na missão!"
O deputado Eduardo Bolsonaro, compartilhando reportagem, interpretou que há "incêndios propositais com o fim de desgastar a imagem do PR (presidente da República) Bolsonaro".
Andamento
Os incêndios no Pará já vinham sendo investigados pelo Ministério Público Federal no Estado. A Procuradoria da República no Pará divulgou no dia 22 que vem conduzindo "investigações em três municípios e na capital paraense, para apurar a diminuição no número de fiscalizações ambientais na região, a ausência da Polícia Militar do estado no apoio às equipes de fiscalização e o anúncio, veiculado em um jornal de Novo Progresso (sudoeste do estado) convocando fazendeiros para promoverem um "Dia do Fogo", na semana passada".
O Ministério Público Federal (MPF) em Santarém, Itaituba, Altamira e Belém também citou a existência de dados alarmantes recolhidos pelos sistemas de satélite sobre o aumento na devastação em várias porções da floresta amazônica. Foram citados dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de aumento de 50% no desmatamento e de 70% nas queimada. "O enfrentamento do desmatamento ilegal é uma política de Estado, não de governso específicos".
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