Uma conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo e Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada por um site de notícias nesta terça-feira (24). A conversa continha críticas do jornalista à revista Veja, onde trabalhava, o que levou ao pedido de demissão do jornalista. De acordo com informações do G1, a publicação da conversa provocou protestos de jornalistas e da Associação Brasileira de Imprensa (AB).
A ABI acusa o procurador-geral Rodrigo Janot de praticar “intimidação e retaliações a jornalistas”. E diz que espera que “este episódio não se repita e que as investigações prossigam dentro do ordenamento jurídico do país”.
- Foto: Daniel Teobaldo/Futura Press/Estadão ConteúdoAndrea Neves
Em resposta, a PGR afirmou que “não divulgou, não transcreveu, não utilizou como pedido, nem juntou o referido diálogo aos autos”. A PGR disse ainda que as referidas conversas, gravadas pela Polícia Federal (PF), “ainda não deram entrada na PGR, tendo entrada prevista para o dia 24 de maio” (hoje).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes criticou o que chamou de vazamento. Em nota, disse que “a lei 9296 é clara ao vedar uso de gravação que não esteja relacionada com o objeto da investigação”. Para ele, o vazamento da conversa do jornalista Reinaldo Azevedo “é um ataque a liberdade de imprensa e ao direito constitucional de sigilo da fonte”.
Também em nota, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, disse que “o Supremo tem jurisprudência consolidada de respeitar integralmente o sigilo da fonte”. E que reitera o “seu firme compromisso, de lutar, e agora, como juíza, de garantir o integral respeito a esse direito constitucional”.
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