- Foto: DivulgaçãoJúlio César Cardoso
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, admite caixa dois nas campanhas eleitorais de 2012 e 2014 e fecha acordo com a PGR, baseado na Lei Anticrime, para encerrar investigações, mas o STF manda o processo de Onyx para Justiça Eleitoral do RS.
Lamentavelmente, o país é vítima de políticos inescrupulosos, que mancham a honradez que deveria ter a política nacional. Parece até que apenas elementos de princípios não Republicanos procuram a política para exercer suas atividades.
Dos políticos nacionais exigimos probidade e reputação ilibada como predicado mínimo para representar o povo no Parlamento.
É inquestionável que existem políticos sóbrios e incorruptíveis em exercício de mandatos, mas são poucos. E estes, sozinhos, não reúnem forças para mudar o panorama negativo de nossa combalida política.
Onyx Lorenzoni, hoje, ministro no atual governo, que sempre se apresentou como político de ilibada conduta, mas que na realidade foge desse padrão de moralidade, não é o único a se valer da indecorosa prática de caixa dois dos partidos. O senador José Serra, por exemplo, é suspeito de estar no topo de um esquema de doações via caixa dois que teria beneficiado sua campanha com cerca de R$ 7 milhões em 2014.
O grupo JBS, em delação premiada, disse ter financiado (R$ 600 milhões) quase 2.000 candidatos de vários partidos nas eleições de 2014. Uma vergonha.
No momento em que um político admite o cometimento de uma irregularidade ou é condenado por tribunal, a punição deveria estabelecer também a perda dos direitos políticos para sempre. O político deve ter comportamento exemplar incorruptível.
O que se pode dizer do político Onyx Lorenzoni? Apenas que se trata de mais um sacripanta, não merecedor de nosso respeito. Beneficiou-se de caixa dois na maior cara de pau, usando dinheiro ilícito para as suas despesas pessoais. E se não fosse denunciado, jamais teria a hombridade de devolver o que se apropriou.
Ora, de acordo com o Dicio, Dicionário Online de Português, quem se comporta de forma desonesta é corrupto e normalmente se refere aos que estão em cargos públicos e prejudicam a nação, o povo.
Acordo de não persecução penal de que trata a Lei Anticrime, sancionado ano passado, não deveria ser aplicado para os crimes de caixa dois, pois credibiliza o político corrupto a manter o status de ilibada conduta, mascarando irregularidade em sua vida pregressa diante da comunidade eleitoral.
A sociedade tem que estar atenta para reprochar os políticos indecorosos que usam a esperteza de agir e denigrem a imagem parlamentar.
Esses políticos velhacos, travestidos de figuras impolutas, respeitadas algumas exceções, vão para vida pública apenas para obter vantagens. E as vantagens são tão compensadoras que os vivaldinos não querem mais largar a mamata.
Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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