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Governo Dilma: "Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come"


*Messias Júnior

Imagem: DivulgaçãoMessias Júnior(Imagem:Divulgação)Messias Júnior
O Brasil encontra-se no meio de uma grande e prolongada crise política, aprofundada pelo sistema político atual e a falta de dialogo de um governo, recentemente eleito, que quer aplicar um conjunto de medidas na contra mão do discurso de campanha e para aprová-las se submete a todo tipo de negociações com a chamada base aliada, que de aliada só tem a participação nos ministérios e cargos comissionados cedidos pela presidência da república em troca da decantada “governabilidade”.

Esse é o conhecido presidencialismo de coalizão, que nada mais é que conchavos propícios a corrupção, onde a figura do presidente da República determina o que será votado e quando será votado, apresentando ao parlamento o seu programa de governo, no qual, em tese, apresentou aos eleitores na campanha eleitoral, e os deputados que foram eleitos em cima de favores e ou representações de interesses de grupos econômicos e ou social precisam votar a favor ou contra.

É nesse contexto que aparece todo o tipo de “salvadores da pátria”, com ameaças e interesses nada republicano, liderando as partes envolvidas nesse “consócio governamental” com o único objetivo, que é continuar a manter o poder ou impor um outro poder.

Duas manifestações populares foram marcadas para legitimar suas intenções de poder. O PT, partido que lidera o executivo, marcou para o dia 13 de março, e o dia é bem simbólico, 13 é o número do Partido dos Trabalhadores, uma manifestação para “defender a Petrobrás”. O PMDB, partido que lidera o parlamento, marcou para o dia 15 de março, o dia também é simbólico, pois 15 é o número do partido que preside as duas casas legislativas e sai ganhando com um eventual impeachment da presidente Dilma.

A derrubada da presidente Dilma via impeachment faz “o bicho pegar”, pois assume o PMDB com o vice Michel Temer ou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), investigado por corrupção.

A permanência da presidente Dilma, fatiando o governo e sendo refém da “fome” de cargos da “base aliada” faz o “bicho comer” a democracia, a economia e as conquistas sociais do povo brasileiro.

O povo assiste a tudo isso, indignado com a crise no setor elétrico e hidráulico, que contribuem com a volta da inflação e perdas de direitos dos trabalhadores, sem contar com a ameaça legitima de uma estagnação econômica.

A Reforma Política que poderia contribuir para minimizar a crise política, dificilmente avança em um congresso com 28 partidos e uma maioria beneficiaria do atual sistema político e eleitoral, que tem a corrupção como ferramenta principal de uma eleição.

Vivemos em uma encruzilhada, que só sairemos, se houver uma verdadeira organização popular e o surgimento de uma terceira via política, com propósitos republicanos, que dialogando entre se, e tendo a construção de um projeto de nação que reconheça os avanços dos últimos 20 anos, tenha a coragem de implantar as mudanças necessárias ao sistema eleitoral, tributário e federativo do nosso país.

Reforma Política, Reforma tributária e o Pacto Federativo são ingredientes para um diálogo sério e republicano para a estabilidade política e governamental no Brasil.

*Messias Júnior é Sociólogo e Membro da Direção Nacional do PSB

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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