*Deusval Lacerda de Moraes
No passado não muito recente, assistia-se muito aos filmes do faroeste americano. Filmes que retratavam a dureza e a rusticidade do desbravamento da região árida e inóspita do oeste dos Estados Unidos do século XIX que, por ainda ser rarefeita a presença das autoridades republicanas nos empoeirados vilarejos, existiam certa propensão para alguns bandoleiros viverem do crime, chamados de “Fora da Lei”.
Era comum, nas nascentes cidadelas da região, deparar-se com cartazes com fotos de salteadores, facínoras, ladrões de gado e de bancos, arruaceiros, matadores de aluguel (pistoleiros) etc. afixados nas entradas e nos logradouros públicos da urbe, oferecendo recompensa em dinheiro por informações por serem INIMIGOS DO ESTADO, com o nome bem visível nos cartazes “PROCURADOS!”.
Pois vendo as fotos de algumas autoridades estaduais nos outdoors (cartazes modernos) espalhados por Teresina com o título “INIMIGOS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PIAUÍ: VOTARAM CONTRA O PISO E O FIM DA REGÊNCIA”, lembrei-me das antigas produções cinematográficas.
Mas com uma paradoxal diferença, no velho oeste americano, as autoridades se declaravam inimigas de segmento do povo que não cumpria a lei, e por isso afixavam os cartazes para expor as suas identidades, e agora, ao contrário, é o segmento do povo que exige o cumprimento da lei pelas autoridades e, por isso, expõem-nas publicamente para que a população seja informada dos seus atos contra os interesses coletivos.
È uma situação constrangedora para os piauienses. Por se notar no espírito dos outdoors, como nos cartazes americanos, que a população é conclamada a fazer a sua parte na depuração sócio-político-cultural que esses casos requerem. No velho oeste, o povo colaborou com as autoridades para se livrarem dos desordeiros e viverem sob o império da ordem. No atual caso, deve colaborar com a sociedade para se livrar dos que tergiversam no cumprimento das suas obrigações públicas mais elementares.
É uma pena que tudo isso aconteça agora. No caso do oeste ianque, porque o crime era a profissão dos malfeitores contumazes e por isso eram capazes de tudo em nome da sobrevivência. No caso dos outdoors, porque alguns exercem a política como profissão, negando tudo que disseram na campanha eleitoral e para agradarem ao mandonismo que estão submetidos são capazes de sonegar o mais comezinho interesse popular mesmo correndo o risco desse segmento do povo denunciá-los como inimigos.
Seria mais consentâneo cada um cumprir a sua parte. No oeste americano, as autoridades venceram o crime profissional por serem inflexíveis na aplicação da lei e educarem o seu povo, pois atualmente é uma região próspera dos Estados Unidos. No nosso caso, como alguns políticos ainda relutam em seguir aquilo que lhes seria mais edificante, aí só o processo eleitoral democrático pode resolver através do sufrágio contra os que não estão preparados para o salutar cumprimento do seu dever, porque assim o Piauí continua na rabeira da Federação.
E o dever de qualquer político, entre tantos outros, é promover uma boa educação para todos como vetor do desenvolvimento de um povo, como fizeram os americanos na sua resistente região oeste.
Da forma como vem sendo tratado pelo governador do Piauí e o Secretário de Educação, pergunta-se: quanto vale um professor? Na sociedade do conhecimento um professor merece muito, porque é um trabalhador qualificado que prepara os trabalhadores do futuro. Pois compete às autoridades públicas estaduais dar-lhe mais dignidade e ao menos financeiramente o mínimo que ele exige, porque um professor precisa criar a sua família, reciclar-se, viver com decência, e não ser jogado pimenta nos seus olhos, para transmitir adequadamente seus conhecimentos para as futuras gerações.
Assim, essas autoridades que estão expostas nos outdoors estão na contramão da História, porque os Estados Unidos se livraram do banditismo do velho oeste e da pobreza porque as suas autoridades deram total cobertura ao longo do tempo ao setor educacional do País e sempre respeitando o seu valioso professorado.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
No passado não muito recente, assistia-se muito aos filmes do faroeste americano. Filmes que retratavam a dureza e a rusticidade do desbravamento da região árida e inóspita do oeste dos Estados Unidos do século XIX que, por ainda ser rarefeita a presença das autoridades republicanas nos empoeirados vilarejos, existiam certa propensão para alguns bandoleiros viverem do crime, chamados de “Fora da Lei”.
Era comum, nas nascentes cidadelas da região, deparar-se com cartazes com fotos de salteadores, facínoras, ladrões de gado e de bancos, arruaceiros, matadores de aluguel (pistoleiros) etc. afixados nas entradas e nos logradouros públicos da urbe, oferecendo recompensa em dinheiro por informações por serem INIMIGOS DO ESTADO, com o nome bem visível nos cartazes “PROCURADOS!”.
Pois vendo as fotos de algumas autoridades estaduais nos outdoors (cartazes modernos) espalhados por Teresina com o título “INIMIGOS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PIAUÍ: VOTARAM CONTRA O PISO E O FIM DA REGÊNCIA”, lembrei-me das antigas produções cinematográficas.
Mas com uma paradoxal diferença, no velho oeste americano, as autoridades se declaravam inimigas de segmento do povo que não cumpria a lei, e por isso afixavam os cartazes para expor as suas identidades, e agora, ao contrário, é o segmento do povo que exige o cumprimento da lei pelas autoridades e, por isso, expõem-nas publicamente para que a população seja informada dos seus atos contra os interesses coletivos.
È uma situação constrangedora para os piauienses. Por se notar no espírito dos outdoors, como nos cartazes americanos, que a população é conclamada a fazer a sua parte na depuração sócio-político-cultural que esses casos requerem. No velho oeste, o povo colaborou com as autoridades para se livrarem dos desordeiros e viverem sob o império da ordem. No atual caso, deve colaborar com a sociedade para se livrar dos que tergiversam no cumprimento das suas obrigações públicas mais elementares.
É uma pena que tudo isso aconteça agora. No caso do oeste ianque, porque o crime era a profissão dos malfeitores contumazes e por isso eram capazes de tudo em nome da sobrevivência. No caso dos outdoors, porque alguns exercem a política como profissão, negando tudo que disseram na campanha eleitoral e para agradarem ao mandonismo que estão submetidos são capazes de sonegar o mais comezinho interesse popular mesmo correndo o risco desse segmento do povo denunciá-los como inimigos.
Seria mais consentâneo cada um cumprir a sua parte. No oeste americano, as autoridades venceram o crime profissional por serem inflexíveis na aplicação da lei e educarem o seu povo, pois atualmente é uma região próspera dos Estados Unidos. No nosso caso, como alguns políticos ainda relutam em seguir aquilo que lhes seria mais edificante, aí só o processo eleitoral democrático pode resolver através do sufrágio contra os que não estão preparados para o salutar cumprimento do seu dever, porque assim o Piauí continua na rabeira da Federação.
E o dever de qualquer político, entre tantos outros, é promover uma boa educação para todos como vetor do desenvolvimento de um povo, como fizeram os americanos na sua resistente região oeste.
Da forma como vem sendo tratado pelo governador do Piauí e o Secretário de Educação, pergunta-se: quanto vale um professor? Na sociedade do conhecimento um professor merece muito, porque é um trabalhador qualificado que prepara os trabalhadores do futuro. Pois compete às autoridades públicas estaduais dar-lhe mais dignidade e ao menos financeiramente o mínimo que ele exige, porque um professor precisa criar a sua família, reciclar-se, viver com decência, e não ser jogado pimenta nos seus olhos, para transmitir adequadamente seus conhecimentos para as futuras gerações.
Assim, essas autoridades que estão expostas nos outdoors estão na contramão da História, porque os Estados Unidos se livraram do banditismo do velho oeste e da pobreza porque as suas autoridades deram total cobertura ao longo do tempo ao setor educacional do País e sempre respeitando o seu valioso professorado.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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