*Antônio Machado de Araújo
O senador Wellington Dias inovou na Ciência Política ao buscar uma saída para justificar a candidatura da sua esposa, deputada estadual Rejane Dias, à prefeita de Teresina, quando definiu o vocábulo ‘oligarquia’ fazendo de conta que se tratava de outro casal, qual seja: desconceituar o conceito.
Segundo Wellington Dias, não cabe o termo oligarquia ele ser governador do Piauí e, ato contínuo, ser senador da República e na esteira do seu Governo a sua mulher ocupar cargo executivo e, justamente por isso, se eleger pela primeira vez deputada no pleito que ele se elegeu ao Senado. Um ano depois, desiste da candidatura a Prefeito de Teresina e, em seguida, lança a sua esposa para substituí-lo na mesma candidatura. Por isso, está sendo imputado de querer implantar uma oligarquia no Estado do Piauí tanto pelo Diretório do PT de Teresina quanto por grande parte do eleitorado teresinense.
Para demonstrar que a palavra oligarquia não se amolda ao seu caso, o senador Wellington Dias definiu-a baseado no ‘Wikipédia’, que afirma: “forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número de pessoas. Essas pessoas podem distinguir-se pela nobreza, riqueza ou laços familiares”. Ora, Wellington Dias está tão obcecado pela candidatura da sua esposa que não percebe que ele restringiu entre milhares de filiados do PT de Teresina a postulação da candidatura a Prefeito da Capital entre ele e a sua esposa, concentrando o poder político do partido em apenas duas pessoas, resumindo a oportunidade a pequeníssimo número de pessoas.
E quando o conceito de oligarquia diz que uma das premissas que caracteriza tão esdrúxula forma de governo são os laços familiares, ele se esquece que Rejane Dias é sua esposa e que ele é o marido de Rejane Dias. Pois são indisfarçáveis os laços familiares relacionados ao fato em questionamento.
Wellington Dias era o governador do Piauí nas candidaturas de Flora Izabel (2004) e Nazareno Fonteles (2008) para prefeito de Teresina e não teve o mesmo empenho de hoje e ainda o diretório estadual do PT decidiu pela candidatura própria em 2010 e ele não moveu uma palha para a sua consolidação. Por diversas vezes o diretório do PT de Teresina se reuniu com Wellington Dias tratando da sua candidatura a prefeito de Teresina em 2012 e ele disse que seu projeto era ser candidato a governador em 2014.
Mas o senador Wellington Dias, no afã de justificar apressadamente a candidatura da esposa Rejane Dias, ainda cometeu o disparate de comparar a sua situação com a do ex-casal Suplicy do PT de São Paulo. Ou seja, do senador Eduardo Suplicy e da senadora Marta Suplicy quando foram casados. Os casos são diametralmente opostos. A senadora Marta Suplicy sempre teve luz própria. Na década de 1960, formou-se em Psicologia. Especializou-se em Psicanálise nas universidades de Michigan e Stanford nos Estados Unidos. É membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise e da International Psychoanalytical Association. É fundadora e ex-presidente do Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes (Laboratório de Políticas Públicas de São Paulo). Na década de 1980, tornou-se conhecida nacionalmente como apresentadora do programa TV Mulher, da Rede Globo. E ainda tem nove livros editados e foi colunista dos jornais Folha de São Paulo e O Dia e das Revistas Cláudia e Vogue.
A vida e atividade profissional da psicanalista Marta Suplicy demonstram que ela sempre foi uma mulher de vanguarda. Numa sociedade então conservadora como a brasileira, quebrou o tabu, décadas atrás, em tratar das questões mais impenetráveis da mulher. E numa sociedade industrial como a de São Paulo, sempre se posicionou do lado dos menos favorecidos, das causas proletárias quando se filiou no PT em 1983.
Marta Suplicy não entrou na política na hipótese do senador Eduardo Suplicy ter sido governador de São Paulo e ela ter exercido cargo de visibilidade do seu Governo. Pelo contrário, elegeu-se deputada federal em 1994 na cana do braço (e cumpriu todo o mandato). Tanto que, em 1998, candidatou-se ao governo de São Paulo. No ano 2000, elegeu-se prefeita de São Paulo (casal já separado). O então esposo ajudou? Claro que sim, mas não foi determinante, ela conquistou o seu espaço político no acirrado PT de São Paulo por seu brilho pessoal e não na carona do senador-marido. O Eduardo Suplicy nunca rachou o PT de São Paulo para impor a candidatura da sua então mulher.
*Antônio Machado de Araújo é ex-Presidente do PT de Teresina
O senador Wellington Dias inovou na Ciência Política ao buscar uma saída para justificar a candidatura da sua esposa, deputada estadual Rejane Dias, à prefeita de Teresina, quando definiu o vocábulo ‘oligarquia’ fazendo de conta que se tratava de outro casal, qual seja: desconceituar o conceito.
Segundo Wellington Dias, não cabe o termo oligarquia ele ser governador do Piauí e, ato contínuo, ser senador da República e na esteira do seu Governo a sua mulher ocupar cargo executivo e, justamente por isso, se eleger pela primeira vez deputada no pleito que ele se elegeu ao Senado. Um ano depois, desiste da candidatura a Prefeito de Teresina e, em seguida, lança a sua esposa para substituí-lo na mesma candidatura. Por isso, está sendo imputado de querer implantar uma oligarquia no Estado do Piauí tanto pelo Diretório do PT de Teresina quanto por grande parte do eleitorado teresinense.
Para demonstrar que a palavra oligarquia não se amolda ao seu caso, o senador Wellington Dias definiu-a baseado no ‘Wikipédia’, que afirma: “forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número de pessoas. Essas pessoas podem distinguir-se pela nobreza, riqueza ou laços familiares”. Ora, Wellington Dias está tão obcecado pela candidatura da sua esposa que não percebe que ele restringiu entre milhares de filiados do PT de Teresina a postulação da candidatura a Prefeito da Capital entre ele e a sua esposa, concentrando o poder político do partido em apenas duas pessoas, resumindo a oportunidade a pequeníssimo número de pessoas.
Imagem: Divulgação / GP1Senador Wellington Dias
E quando o conceito de oligarquia diz que uma das premissas que caracteriza tão esdrúxula forma de governo são os laços familiares, ele se esquece que Rejane Dias é sua esposa e que ele é o marido de Rejane Dias. Pois são indisfarçáveis os laços familiares relacionados ao fato em questionamento.
Wellington Dias era o governador do Piauí nas candidaturas de Flora Izabel (2004) e Nazareno Fonteles (2008) para prefeito de Teresina e não teve o mesmo empenho de hoje e ainda o diretório estadual do PT decidiu pela candidatura própria em 2010 e ele não moveu uma palha para a sua consolidação. Por diversas vezes o diretório do PT de Teresina se reuniu com Wellington Dias tratando da sua candidatura a prefeito de Teresina em 2012 e ele disse que seu projeto era ser candidato a governador em 2014.
Mas o senador Wellington Dias, no afã de justificar apressadamente a candidatura da esposa Rejane Dias, ainda cometeu o disparate de comparar a sua situação com a do ex-casal Suplicy do PT de São Paulo. Ou seja, do senador Eduardo Suplicy e da senadora Marta Suplicy quando foram casados. Os casos são diametralmente opostos. A senadora Marta Suplicy sempre teve luz própria. Na década de 1960, formou-se em Psicologia. Especializou-se em Psicanálise nas universidades de Michigan e Stanford nos Estados Unidos. É membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise e da International Psychoanalytical Association. É fundadora e ex-presidente do Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes (Laboratório de Políticas Públicas de São Paulo). Na década de 1980, tornou-se conhecida nacionalmente como apresentadora do programa TV Mulher, da Rede Globo. E ainda tem nove livros editados e foi colunista dos jornais Folha de São Paulo e O Dia e das Revistas Cláudia e Vogue.
Imagem: DivulgaçãoDeputada Rejane Dias (PT)
A vida e atividade profissional da psicanalista Marta Suplicy demonstram que ela sempre foi uma mulher de vanguarda. Numa sociedade então conservadora como a brasileira, quebrou o tabu, décadas atrás, em tratar das questões mais impenetráveis da mulher. E numa sociedade industrial como a de São Paulo, sempre se posicionou do lado dos menos favorecidos, das causas proletárias quando se filiou no PT em 1983.
Marta Suplicy não entrou na política na hipótese do senador Eduardo Suplicy ter sido governador de São Paulo e ela ter exercido cargo de visibilidade do seu Governo. Pelo contrário, elegeu-se deputada federal em 1994 na cana do braço (e cumpriu todo o mandato). Tanto que, em 1998, candidatou-se ao governo de São Paulo. No ano 2000, elegeu-se prefeita de São Paulo (casal já separado). O então esposo ajudou? Claro que sim, mas não foi determinante, ela conquistou o seu espaço político no acirrado PT de São Paulo por seu brilho pessoal e não na carona do senador-marido. O Eduardo Suplicy nunca rachou o PT de São Paulo para impor a candidatura da sua então mulher.
*Antônio Machado de Araújo é ex-Presidente do PT de Teresina
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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