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Por Zózimo Tavares editor chefe do jornal Diário do Povo

Volta e meia, o alto custo da passagem de ônibus volta às manchetes. Ele deve-se, basicamente, a dois fatores. O primeiro é uma questão nacional e passa pela desoneração das tarifas. O que vem a ser isso? Trata-se da redução dos ônus do governo, especialmente dos impostos, que são rateados entre a população nos custos do sistema de transportes urbanos. A solicitação já foi feita há pelo menos 6 anos pelos prefeitos das capitais e das cidades de porte médio. O que aconteceu? Foi solenemente engavetada pelo governo federal.

O segundo ponto é mais localizado. Trata-se da gratuidade nos transportes coletivos, beneficiando indistintamente várias categorias de servidores, entre elas policiais civis e militares, penitenciários e oficiais de justiça. Tal gratuidade foi aprovada na Câmara Municipal de Teresina através de projetos demagógicos e seus custos são transferidos para o bolso dos demais passageiros.

Não faz sentido, por exemplo, o policial andar de graça nos ônibus, com o custo de sua passagem sendo rateado entre os pagantes, que já são sacrificados com as despesas da própria locomoção. A passagem do policial deve ser paga pelo governo, como ocorre em relação às demais categorias de servidores públicos. Não se trata de favor. É um direito assegurado em lei - a lei do vale-transporte.

Quase metade do valor que os usuários pagam pela tarifa de ônibus se destina ao custeio das gratuidades do sistema e ao pagamento de impostos. Portanto, resolvidos estes dois problemas (a desoneração e a gratuidade), seguramente a passagem de ônibus urbano deverá sofrer uma redução significativa.

Os que conhecem o sistema sabem que o caminho é esse, mas ficam intimidados diante dos que abordam a questão de forma barulhenta e demagógica, focados tão-somente em interesses políticos e eleitoreiros. O prefeito Elmano Férrer bateu à porta do governador Wilson Martins em busca da redução do ICMS para o transporte público. Sem receptividade, está disposto a bancar uma guerra contra a gratuidade. Que ele tenha pulso para mexer nesse vespeiro.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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