Por Vilmar Leite*
A polêmica envolvendo a falta de resolutividade dos serviços do Hospital Regional Teresinha Nunes de Barros nesses últimos anos é preciso ser tratada de forma responsável e sem partidarizar uma questão tão séria como a saúde pública que é direito do cidadão e dever do estado.
Porém antes de uma discussão pontual sobre o assunto, é necessário se fazer uma retrospectiva de como vem sendo tratada essa temática nos últimos anos, há uma politização do assunto onde a gestão municipal tem se eximido de suas responsabilidades de gestor pleno do sistema, pois o sistema único de saúde é sistema partilhado onde as três esferas de governo são co-responsáveis pelo seu financiamento e funcionamento.
Aqui em São João do Piauí, há algumas particularidades, o município é o único responsável pela gestão financeira do SUS, que é a chamada gestão plena da Saúde, no entanto há fatos e interesses por trás da municipalização da gestão da saúde que nunca foram devidamente esclarecidos à população. O que é patente nesse imbróglio todo é a mesquinhez de um grupo familiar que não satisfeito com a derrota avassaladora nas eleições de 2002 para o governo estadual com a derrota do então governador Hugo Napoleão para o candidato do PT Wellington Dias, usaram os últimos cartuchos de poder que ainda restavam ao governo? vida nova? e aproveitaram a presença do deputado Paulo Henrique Paes Landim como secretário estadual de saúde, o irmão Murilo Antônio Paes Landim como prefeito e o atual prefeito Sobrinho e genro do secretário à época, que foi assessor até 2001 do então senador da republica Hugo Napoleão que assumiu o governo do estado pela generosidade de 07 ministros do TSE que cassaram o governador Mão Santa em detrimento da vontade popular de quase 1 milhão de piauienses, se uniram e aprovaram a gestão plena da saúde no município de São João do Piauí, modelo este que só a capital do estado possuía a "gestão plena da saúde". Porém a principal preocupação desses gestores não era resolver o problema da saúde e sim garantir uma fatia dos recursos federais sobre o domínio familiar, pois sabiam que a partir de 01 de janeiro de 2003 assumiria como governador do Estado Wellington Dias, governo no qual não teriam participação pois haviam trabalhado ferrenhamente contra a sua eleição, então fizeram de tudo para assegurar alguma fatia de poder, e a saúde pelas influencias acima elencadas foi uma cartada de mestres.
Então vamos aqui refletir; se os requisitos para a saúde ser municipalizada é dispor de todos os serviços básicos e de média complexidade de saúde funcionando plenamente, como dispor de serviços médicos ortopédicos, anestésicos, cardiológicos, pediátricos e ginecológicos, não é difícil adivinhar como se deu esse processo, totalmente viciado pois qualquer cidadão leigo de nossa cidade sabe que não há e nunca houve essas especialidades médicas no hospital e em nenhuma outra unidade de saúde desta cidade.
No entanto esses mesmo gestores à época ficaram de camarote vendo o hospital ser asfixiado financeiramente, pois em dezembro de 2002 o hospital regional que chegou a receber 150 mil reais por mês para a sua manutenção, passou a receber com a municipalização, 30 mil reais, então espalhavam por todos os cantos que o problema era a administração do PT, zombavam: tá vendo, esse hospital vai fechar, aí o governo que vocês elegeram, além disso criaram uma outra estrutura que foi a maternidade para consumir os recursos de média complexidade vinda para o município, que em janeiro de 2003 era uma média de 136 mil reais hoje são mais de 250 mil reais.
O governo do estado ficou engessado, possui um hospital que atendia toda a microrregião e não podia fazer nenhum investimento, pois dependia do aval do gestor municipal da saúde que muitas vezes se negou a sentar com o gestor estadual para juntos encontrarem uma solução, para minimizar o impacto da queda dos recursos para o hospital regional. O estado através da secretaria de saúde fez ainda em 2003 um termo de ajuste com o município fixando um valor de 58 mil mensal que o município autoriza repassar para o hospital, então o ministério da saúde de posse desse termo de ajuste desconta esse valor e a secretaria de saúde do estado recebe e repassa para o hospital. Porém de vez em quando ainda há problemas, em 2010, por exemplo, por um erro da secretaria estadual de não ter encaminhado para o ministério da saúde a renovação desse te rmo de ajuste assinado pelo prefeito e o secretario de saúde, autorizando esse desconto, o município recebeu integralmente do ministério da saúde todo o recurso de junho a dezembro de 2010, e para nossa surpresa o prefeito e seu secretário de saúde sabiam do problema e como era um período eleitoral esconderam isso da população e ainda ficavam por ai criticando a gestão do hospital pelos atrasos em pagamento de prestadores de serviços e fornecedores, insinuando que precisava ser feita uma auditoria no hospital. Foi quase meio milhão que o município devia devolver para o estado, no entanto por questões políticas a atual secretária de saúde passou a mão na cabeça do nosso prefeito e perdoou essa divida.
A saúde pública tem muitos problemas, mas aqui em São João do Piauí, o principal problema é a incompetência e falta de sensibilidade do nosso prefeito, que do alto de sua arrogância fica apedrejando esse ou aquele diretor do hospital como forma de mascarar a péssima qualidade de sua gestão. Como explicar o fechamento de praticamente todos os postos de atendimento básico de saúde por mais de 15 dias nos meses de Junho e Dezembro de cada ano? Será que as pessoas devem escolher o dia de ficar doente? As pessoa só devem adoecer depois dos longos dias de feriados? Como explicar que o mau funcionamento PSF? Esse programa não funciona de forma clara, pois conheço várias pessoas idosas, portadoras de doenças crônicas e famílias com crianças menores de 05 anos que nunca receberam a visita do médico da família e em muitos casos nem do agente de saúde, sem falar nos médicos do PSF que devem trabalhar 40 horas, e alguns moram em outras cidades e vem aqui um dia por semana.
Então prefeito antes, de atirar a primeira pedra, assuma a sua condição de gestor pleno da saúde e ajude a resolver o problema da área, afinal de contas o prefeito é eleito é para encontrar solução para os problemas, se assim não fosse, pra que eleger prefeito? Apenas para ter status e sair por aí arrotando poder e pisando nas pessoas mais humildes de nosso município. Mas tá explicado, para ter uma gestão eficiente é preciso pensar, planejar e trabalhar muito, coisa que parece o nobre gestor não gosta muito. Além disso, morar na cidade para conhecer os problemas da nossa população e não em Teresina, pois lá já tem prefeito.
Não tenho procuração da direção do hospital, aliás essa atual nem a conheço, porém entendo que não há como ser eficiente em uma gestão que falta o principal que são os recursos, é brincadeira imaginar que é possível manter uma estrutura daquele tamanho com apenas 58 mil reais por mês, não precisa ser administrador para saber que é humanamente impossível isso acontecer, sem falar que quando a atenção básica não funciona com deve termina sobrecarregando o hospital, e aí entra a falta de sensibilidade do nosso prefeito que pra mostrar que é muito poderoso, ir para os meios de comunicação bradar que está exigindo a demissão de A ou de B, se fizesse o seu dever de casa, e usasse esse poder todo para buscar as parcerias com governo estadual e federal para uma pactuação que permitisse um aporte maior de recursos para o hospital regional, melhorando assim o atendimento das pessoas pobres de nossa cidade que depende desses serviços, ruim com ele, pior sem ele, aliás, só sabe a sua importância quem precisa, pois com certeza aqueles que tem um bom plano de saúde particular, não sabe o quanto esse serviço mesmo precário é o único que a nossa população humilde dispõe na hora da doença, porem dá pra entender, pois permanecendo essa penúria as pessoas nas horas mais difíceis, que é a hora da doença, que ficam vulneráveis, ainda tem que ir se humilhar ao chefe político, e isso é a garantia de ter esses votos na próximo eleição. É uma falta de dignidade que ainda tenhamos de conviver com gestores que pensam pequeno, que colocam os interesses pessoais e familiares acima do interesse coletivo.
*Vilmar Leite é presidente do PT de São João do Piauí
A polêmica envolvendo a falta de resolutividade dos serviços do Hospital Regional Teresinha Nunes de Barros nesses últimos anos é preciso ser tratada de forma responsável e sem partidarizar uma questão tão séria como a saúde pública que é direito do cidadão e dever do estado.
Porém antes de uma discussão pontual sobre o assunto, é necessário se fazer uma retrospectiva de como vem sendo tratada essa temática nos últimos anos, há uma politização do assunto onde a gestão municipal tem se eximido de suas responsabilidades de gestor pleno do sistema, pois o sistema único de saúde é sistema partilhado onde as três esferas de governo são co-responsáveis pelo seu financiamento e funcionamento.
Aqui em São João do Piauí, há algumas particularidades, o município é o único responsável pela gestão financeira do SUS, que é a chamada gestão plena da Saúde, no entanto há fatos e interesses por trás da municipalização da gestão da saúde que nunca foram devidamente esclarecidos à população. O que é patente nesse imbróglio todo é a mesquinhez de um grupo familiar que não satisfeito com a derrota avassaladora nas eleições de 2002 para o governo estadual com a derrota do então governador Hugo Napoleão para o candidato do PT Wellington Dias, usaram os últimos cartuchos de poder que ainda restavam ao governo? vida nova? e aproveitaram a presença do deputado Paulo Henrique Paes Landim como secretário estadual de saúde, o irmão Murilo Antônio Paes Landim como prefeito e o atual prefeito Sobrinho e genro do secretário à época, que foi assessor até 2001 do então senador da republica Hugo Napoleão que assumiu o governo do estado pela generosidade de 07 ministros do TSE que cassaram o governador Mão Santa em detrimento da vontade popular de quase 1 milhão de piauienses, se uniram e aprovaram a gestão plena da saúde no município de São João do Piauí, modelo este que só a capital do estado possuía a "gestão plena da saúde". Porém a principal preocupação desses gestores não era resolver o problema da saúde e sim garantir uma fatia dos recursos federais sobre o domínio familiar, pois sabiam que a partir de 01 de janeiro de 2003 assumiria como governador do Estado Wellington Dias, governo no qual não teriam participação pois haviam trabalhado ferrenhamente contra a sua eleição, então fizeram de tudo para assegurar alguma fatia de poder, e a saúde pelas influencias acima elencadas foi uma cartada de mestres.
Então vamos aqui refletir; se os requisitos para a saúde ser municipalizada é dispor de todos os serviços básicos e de média complexidade de saúde funcionando plenamente, como dispor de serviços médicos ortopédicos, anestésicos, cardiológicos, pediátricos e ginecológicos, não é difícil adivinhar como se deu esse processo, totalmente viciado pois qualquer cidadão leigo de nossa cidade sabe que não há e nunca houve essas especialidades médicas no hospital e em nenhuma outra unidade de saúde desta cidade.
No entanto esses mesmo gestores à época ficaram de camarote vendo o hospital ser asfixiado financeiramente, pois em dezembro de 2002 o hospital regional que chegou a receber 150 mil reais por mês para a sua manutenção, passou a receber com a municipalização, 30 mil reais, então espalhavam por todos os cantos que o problema era a administração do PT, zombavam: tá vendo, esse hospital vai fechar, aí o governo que vocês elegeram, além disso criaram uma outra estrutura que foi a maternidade para consumir os recursos de média complexidade vinda para o município, que em janeiro de 2003 era uma média de 136 mil reais hoje são mais de 250 mil reais.
O governo do estado ficou engessado, possui um hospital que atendia toda a microrregião e não podia fazer nenhum investimento, pois dependia do aval do gestor municipal da saúde que muitas vezes se negou a sentar com o gestor estadual para juntos encontrarem uma solução, para minimizar o impacto da queda dos recursos para o hospital regional. O estado através da secretaria de saúde fez ainda em 2003 um termo de ajuste com o município fixando um valor de 58 mil mensal que o município autoriza repassar para o hospital, então o ministério da saúde de posse desse termo de ajuste desconta esse valor e a secretaria de saúde do estado recebe e repassa para o hospital. Porém de vez em quando ainda há problemas, em 2010, por exemplo, por um erro da secretaria estadual de não ter encaminhado para o ministério da saúde a renovação desse te rmo de ajuste assinado pelo prefeito e o secretario de saúde, autorizando esse desconto, o município recebeu integralmente do ministério da saúde todo o recurso de junho a dezembro de 2010, e para nossa surpresa o prefeito e seu secretário de saúde sabiam do problema e como era um período eleitoral esconderam isso da população e ainda ficavam por ai criticando a gestão do hospital pelos atrasos em pagamento de prestadores de serviços e fornecedores, insinuando que precisava ser feita uma auditoria no hospital. Foi quase meio milhão que o município devia devolver para o estado, no entanto por questões políticas a atual secretária de saúde passou a mão na cabeça do nosso prefeito e perdoou essa divida.
A saúde pública tem muitos problemas, mas aqui em São João do Piauí, o principal problema é a incompetência e falta de sensibilidade do nosso prefeito, que do alto de sua arrogância fica apedrejando esse ou aquele diretor do hospital como forma de mascarar a péssima qualidade de sua gestão. Como explicar o fechamento de praticamente todos os postos de atendimento básico de saúde por mais de 15 dias nos meses de Junho e Dezembro de cada ano? Será que as pessoas devem escolher o dia de ficar doente? As pessoa só devem adoecer depois dos longos dias de feriados? Como explicar que o mau funcionamento PSF? Esse programa não funciona de forma clara, pois conheço várias pessoas idosas, portadoras de doenças crônicas e famílias com crianças menores de 05 anos que nunca receberam a visita do médico da família e em muitos casos nem do agente de saúde, sem falar nos médicos do PSF que devem trabalhar 40 horas, e alguns moram em outras cidades e vem aqui um dia por semana.
Então prefeito antes, de atirar a primeira pedra, assuma a sua condição de gestor pleno da saúde e ajude a resolver o problema da área, afinal de contas o prefeito é eleito é para encontrar solução para os problemas, se assim não fosse, pra que eleger prefeito? Apenas para ter status e sair por aí arrotando poder e pisando nas pessoas mais humildes de nosso município. Mas tá explicado, para ter uma gestão eficiente é preciso pensar, planejar e trabalhar muito, coisa que parece o nobre gestor não gosta muito. Além disso, morar na cidade para conhecer os problemas da nossa população e não em Teresina, pois lá já tem prefeito.
Não tenho procuração da direção do hospital, aliás essa atual nem a conheço, porém entendo que não há como ser eficiente em uma gestão que falta o principal que são os recursos, é brincadeira imaginar que é possível manter uma estrutura daquele tamanho com apenas 58 mil reais por mês, não precisa ser administrador para saber que é humanamente impossível isso acontecer, sem falar que quando a atenção básica não funciona com deve termina sobrecarregando o hospital, e aí entra a falta de sensibilidade do nosso prefeito que pra mostrar que é muito poderoso, ir para os meios de comunicação bradar que está exigindo a demissão de A ou de B, se fizesse o seu dever de casa, e usasse esse poder todo para buscar as parcerias com governo estadual e federal para uma pactuação que permitisse um aporte maior de recursos para o hospital regional, melhorando assim o atendimento das pessoas pobres de nossa cidade que depende desses serviços, ruim com ele, pior sem ele, aliás, só sabe a sua importância quem precisa, pois com certeza aqueles que tem um bom plano de saúde particular, não sabe o quanto esse serviço mesmo precário é o único que a nossa população humilde dispõe na hora da doença, porem dá pra entender, pois permanecendo essa penúria as pessoas nas horas mais difíceis, que é a hora da doença, que ficam vulneráveis, ainda tem que ir se humilhar ao chefe político, e isso é a garantia de ter esses votos na próximo eleição. É uma falta de dignidade que ainda tenhamos de conviver com gestores que pensam pequeno, que colocam os interesses pessoais e familiares acima do interesse coletivo.
*Vilmar Leite é presidente do PT de São João do Piauí
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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