*Daniel Ribeiro
Em março de 2008, em minha faculdade, um dos principais assuntos abordados foi “matemática financeira para crianças”. É um tema fundamental para ser debatido por pais e professores junto aos pequenos. Uma das grandes dificuldades que os pais encontram no que diz respeito à educação de seus filhos é fazer com que eles entendam o valor do dinheiro. As crianças, que dificilmente se interessam pelo assunto, podem se tornar adultos incapazes de lidar com as próprias finanças.
Diante dessa realidade, procuramos mostrar em nossas teses a importância de se estudar tal assunto e como introduzi-lo junto a nossas crianças. Notamos que a melhor metodologia seria aquela que se utilizasse do lúdico para educar, porém, deixando a criança sempre em contato com a realidade, mostrando que aquele aprendizado será útil durante toda a vida.
Há um momento, por exemplo, em que damos um salário de R$ 1.000,00 para cada aluno. Com o dinheiro, eles terão que pagar suas contas e ainda fazer sobrar para a diversão. Outra técnica para capacitar as crianças a gerir suas finanças pessoais é a divisão do dinheiro em potes. Em cada pote deve ser colocada uma quantidade de cédulas correspondente a cada interesse do aluno. Todo dinheiro que eles recebem, seja a mesada ou um presente da avó, deve ter um destino. Essa é uma maneira de eles se controlarem e não saírem gastando em besteiras das quais se arrependam depois.
Aprender a administrar o orçamento pessoal é um desafio que muitos adultos não conseguem encarar com sucesso, pois, além de responsabilidade e determinação, exige treinamento, por mais banal que uma contabilidade doméstica possa parecer.
Que tal ensinar seus filhos a como lidar com o dinheiro desde os primeiros anos da infância? É claro que não se trata de dar aulas sobre os rudimentos da matemática financeira aos dois anos de idade. Mas, bem cedo, os pais já devem começar a introduzir na vida dos filhos alguns conceitos relacionados ao valor e ao uso de cédulas e moedas, bem como à importância de poupar para o futuro. É um tema cujo interesse vem crescendo no ensino fundamental dos Estados Unidos e dos países da Europa – na Inglaterra virou até matéria obrigatória em muitas escolas. No Brasil, a educação financeira apenas engatinha, e a experiência já colhe bons resultados.
Mesmo sem a matéria no currículo, os pais podem desde já iniciar os pequenos no bê-a -bá financeiro com conceitos bem simples. O primeiro passo é ensiná-los a distinguir aquilo de que precisamos daquilo que simplesmente queremos. Quem não sabe isso se atrapalha. É o caso das pessoas que compram um carro importado antes da casa própria. Uma boa maneira de fazer com que seu filho entenda é tratar desses assuntos em situações cotidianas, deixando-o, por exemplo, responsável por checar quais produtos estão faltando em casa e que precisam ser comprados. Também é fundamental fazer com que a criança associe poupança à precaução, para que entenda que muitas vezes é importante desistir de comprar algo no presente para conseguir um benefício futuro. Quem compreender isso de verdade não terá problemas com cheque especial nem com cartão de crédito mais adiante. Além disso, repetir-lhe idéias simples, como tratar o brinquedo com cuidado para ele estar funcionando quando quiser usá-lo novamente, ou poupar um pedaço do lanche para quando tiver fome, são lembretes que podem ajudar bastante. Dessa maneira, quando essa criança ou adolescente começarem a ganhar mesada, será mais fácil convencê-los da importância de guardar uma parte do dinheiro.
A mesada é uma das principais fontes de dúvidas e equívocos dos pais. Como eles têm muito prazer em satisfazer os desejos dos filhos, acabam errando demais. Mesmo que se trate de uma família de alta renda, não é aconselhável encher o filho de dinheiro.
Também faz parte da educação financeira a dissociação entre dinheiro e afeto, o que significa muita cautela na hora de dar presentes. A recomendação dos especialistas é reservá-los somente para datas comemorativas, como aniversário ou Natal, por mais bem-sucedida que a criança seja na escola ou na atividade esportiva. Prefira outras maneiras de mostrar-lhe reconhecimento, como um passeio em família ou mesmo um abraço e palavras de elogio.
É importante que a garotada aprenda a esperar pela realização de um desejo, mesmo que se trate de algo barato. Se uma criança é acostumada a conseguir tudo o que quer imediatamente, vai se transformar em um adulto sem limites, daqueles que esbanjam, mesmo sem ter dinheiro para pagar um bom plano de previdência privada. O sacrifício dos pais para satisfazer os caprichos materiais dos filhos são pontos negativos. Isso inclui o tão esperado carro aos 18 anos. É preciso mostrar que quem não faz nenhum tipo de esforço financeiro nunca aprende a como chegar lá".
* Daniel Ribeiro é mediador da Vitae Futurekids no Programa Matemática Descomplicada, em Caçapava (SP)
Em março de 2008, em minha faculdade, um dos principais assuntos abordados foi “matemática financeira para crianças”. É um tema fundamental para ser debatido por pais e professores junto aos pequenos. Uma das grandes dificuldades que os pais encontram no que diz respeito à educação de seus filhos é fazer com que eles entendam o valor do dinheiro. As crianças, que dificilmente se interessam pelo assunto, podem se tornar adultos incapazes de lidar com as próprias finanças.
Diante dessa realidade, procuramos mostrar em nossas teses a importância de se estudar tal assunto e como introduzi-lo junto a nossas crianças. Notamos que a melhor metodologia seria aquela que se utilizasse do lúdico para educar, porém, deixando a criança sempre em contato com a realidade, mostrando que aquele aprendizado será útil durante toda a vida.
Há um momento, por exemplo, em que damos um salário de R$ 1.000,00 para cada aluno. Com o dinheiro, eles terão que pagar suas contas e ainda fazer sobrar para a diversão. Outra técnica para capacitar as crianças a gerir suas finanças pessoais é a divisão do dinheiro em potes. Em cada pote deve ser colocada uma quantidade de cédulas correspondente a cada interesse do aluno. Todo dinheiro que eles recebem, seja a mesada ou um presente da avó, deve ter um destino. Essa é uma maneira de eles se controlarem e não saírem gastando em besteiras das quais se arrependam depois.
Aprender a administrar o orçamento pessoal é um desafio que muitos adultos não conseguem encarar com sucesso, pois, além de responsabilidade e determinação, exige treinamento, por mais banal que uma contabilidade doméstica possa parecer.
Que tal ensinar seus filhos a como lidar com o dinheiro desde os primeiros anos da infância? É claro que não se trata de dar aulas sobre os rudimentos da matemática financeira aos dois anos de idade. Mas, bem cedo, os pais já devem começar a introduzir na vida dos filhos alguns conceitos relacionados ao valor e ao uso de cédulas e moedas, bem como à importância de poupar para o futuro. É um tema cujo interesse vem crescendo no ensino fundamental dos Estados Unidos e dos países da Europa – na Inglaterra virou até matéria obrigatória em muitas escolas. No Brasil, a educação financeira apenas engatinha, e a experiência já colhe bons resultados.
Mesmo sem a matéria no currículo, os pais podem desde já iniciar os pequenos no bê-a -bá financeiro com conceitos bem simples. O primeiro passo é ensiná-los a distinguir aquilo de que precisamos daquilo que simplesmente queremos. Quem não sabe isso se atrapalha. É o caso das pessoas que compram um carro importado antes da casa própria. Uma boa maneira de fazer com que seu filho entenda é tratar desses assuntos em situações cotidianas, deixando-o, por exemplo, responsável por checar quais produtos estão faltando em casa e que precisam ser comprados. Também é fundamental fazer com que a criança associe poupança à precaução, para que entenda que muitas vezes é importante desistir de comprar algo no presente para conseguir um benefício futuro. Quem compreender isso de verdade não terá problemas com cheque especial nem com cartão de crédito mais adiante. Além disso, repetir-lhe idéias simples, como tratar o brinquedo com cuidado para ele estar funcionando quando quiser usá-lo novamente, ou poupar um pedaço do lanche para quando tiver fome, são lembretes que podem ajudar bastante. Dessa maneira, quando essa criança ou adolescente começarem a ganhar mesada, será mais fácil convencê-los da importância de guardar uma parte do dinheiro.
A mesada é uma das principais fontes de dúvidas e equívocos dos pais. Como eles têm muito prazer em satisfazer os desejos dos filhos, acabam errando demais. Mesmo que se trate de uma família de alta renda, não é aconselhável encher o filho de dinheiro.
Também faz parte da educação financeira a dissociação entre dinheiro e afeto, o que significa muita cautela na hora de dar presentes. A recomendação dos especialistas é reservá-los somente para datas comemorativas, como aniversário ou Natal, por mais bem-sucedida que a criança seja na escola ou na atividade esportiva. Prefira outras maneiras de mostrar-lhe reconhecimento, como um passeio em família ou mesmo um abraço e palavras de elogio.
É importante que a garotada aprenda a esperar pela realização de um desejo, mesmo que se trate de algo barato. Se uma criança é acostumada a conseguir tudo o que quer imediatamente, vai se transformar em um adulto sem limites, daqueles que esbanjam, mesmo sem ter dinheiro para pagar um bom plano de previdência privada. O sacrifício dos pais para satisfazer os caprichos materiais dos filhos são pontos negativos. Isso inclui o tão esperado carro aos 18 anos. É preciso mostrar que quem não faz nenhum tipo de esforço financeiro nunca aprende a como chegar lá".
* Daniel Ribeiro é mediador da Vitae Futurekids no Programa Matemática Descomplicada, em Caçapava (SP)
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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