Sete anos depois, a Procuradoria da República na 1ª Região denunciou ao Tribunal Regional Federal (TRF-1) na sexta-feira passada, dia 28 de outubro, 443 ex-deputados federais por uso indevido de dinheiro público ao utilizarem passagem da sua cota para fins particulares, numa investigação que ficou conhecida como a "farra das passagens". Entre eles estão os piauienses Antônio José Castelo Branco Medeiros, atual diretor da Fundação Cepro, José Nazareno Cardeal Fonteles, Osmar Ribeiro de Almeida Júnior, Simplício Mário de Oliveira e Benedito de Carvalho Sá, pai do prefeito de Oeiras, Lukano Sá, além do timonense Sétimo Waquim.
- Foto: Luas Dias-GP1/Facebook/Divulgação-AscomOsmar Júnior, Antonio José Medeiros, Simplício Mário, B. Sá e Nazareno Fonteles
Entre os 443 ex-deputados federais estão nomes conhecidos nacionalmente como Ciro Gomes, ACM Neto, atual prefeito de Salvador, Moreira Franco, o atual secretário do Programa de Parcerias de Investimentos do governo Michel Temer, os ex-deputados Antonio Palocci e Eduardo Cunha e até a juíza Denise Frossard, que botou a cúpula do jogo do bicho do Rio de Janeiro na Cadeia e depois se candidatou a deputada federal, vencendo a eleição.
EXCLUSIVAS
Peculato
O crime de que são acusados os ex-deputados é peculato, cuja pena varia de 2 a 12 anos no caso de condenação.
Aceitar a denúncia
Primeiramente o Tribunal Regional Federal precisa aceitar a denúncia da Procuradoria da República com base nas evidências distribuídas em mais de 50 denúncias assinadas pelo procurador Elton Ghersel. O relator do caso é o desembargador Olindo Menezes. O voto dele recebendo ou rejeitando a denúncia será levado para julgamento na 2ª Seção do TRF 1. Caso ela seja aceita, os ex-deputados viram réus e vão responder ações penais.
Começou em 2009
A investigação começou em 2009 quando a imprensa denunciou que parlamentares estavam utilizando sua cota de passagens destinadas a deslocamentos para suas bases em turismo, beneficiando até familiares.
"Farra das passagens"
A farra das passagens consistiu na utilização de recursos da cota a que os parlamentares tinham direito para emissão de passagens para familiares, assessores e pessoas próximas, além do uso pelos próprios políticos para viagens a lazer. Em outras palavras, os deputados viajavam pelo Brasil e exterior com dinheiro público, muitas vezes para passear e ainda davam suas cotas para outras pessoas.
A Procuradoria recebeu apoio da Polícia Federal durante a investigação. Foram examinados 160 mil bilhetes aéreos pagos pela Câmara aos deputados entre 2007 e 2009 às companhias Gol e TAM. Os gastos com esses bilhetes chegaram a R$ 70 milhões em valores da época.
Sétimo Waquim
O timonense Sétimo Waquim, que foi deputado federal pelo PMDB juntamente com B.Sá e Antônio José Medeiros, segundo fonte de Brasília, teriam exagerado na utilização das passagens indevidamente.
Votação decepcionante
- Foto: Lucas Dias/GP1Socorro Waquim
Por falar em Sétimo Waquim, foi decepcionante a votação de sua mulher, Socorro Waquim, para vereadora de Timon pelo PMDB. Conseguiu se eleger, mas não com a votação "espetacular" que se esperava. Não chegou a 3 mil votos. Para quem foi prefeita duas vezes da cidade, pelo menos 6 mil eram esperados.
Resistência
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Governador Wellington Dias
Sem perceber o universo, forte grupo petista resiste à ocupação de espaços importantes pelo PMDB no governo de Wellington Dias, segundo fonte do próprio PT.
"Quem comanda sou eu"
Segundo a mesma fonte petista, o governador Wellington Dias já mandou um forte recado para o setor resistente: "quem comanda o Governo sou eu".
Pablo é unanimidade
- Foto: José Maria Barros Pablo Santos
Filho de Warton Santos, o deputado estadual e médico Pablo Santos é praticamente unanimidade dentro do PMDB para ocupar um dos importantes cargos a serem destinados ao partido.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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