Na segunda-feira (11), foi publicada no Diário Oficial do Estado a expulsão do capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson. A portaria foi assinada pela governadora em exercício, Regina Sousa, na sexta-feira (08).
Com a publicação, o ex-capitão foi levado do presídio militar, onde estava preso, para a penitenciária de Campo Maior, na terça-feira (12). No entanto, a defesa de Allisson conseguiu na Justiça a revogação da decisão que determinou a transferência do ex-capitão para presídio comum.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
A defesa alegou que Allisson tem direito à prisão especial, que pode ocorrer em quarteis, unidades prisionais destinadas à prisão especial ou em estabelecimento prisional comum desde que em cela separada e que atenda aos requisitos de salubridade do ambiente com aeração, insolação e temperaturas adequadas à existência humana.
Na quarta-feira (13), o juiz Robledo Moraes Peres de Almeida, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, revogou o despacho e determinou envio de ofício à Secretaria de Justiça requerendo informações sobre a existência de estabelecimento prisional que atenda aos requisitos legais.
Após a resposta do ofício, o Ministério Público e defesa serão intimados para manifestação no prazo de 5 dias, com conclusão posterior.
Polícia Militar
Segundo a tenente-coronel Elza Rodrigues, da Comunicação da Polícia Militar do Piauí, Allisson continua na penitenciária de Campo Maior. “Ele continua em Campo Maior. Não sei informar porque ele ainda não foi transferido, mas vamos aguardar”, afirmou.
Expulsão
No dia 4 de fevereiro, o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) decidiu, por unanimidade, pela expulsão do capitão dos quadros da Polícia Militar. A Corregedoria da Polícia Militar já havia decidido pela expulsão do capitão e três meses depois o governador Wellington Dias (PT) confirmou a decisão, mas cabia ao TJ julgar o pedido.
Os mandados com as notificações sobre a decisão do TJ foram encaminhados, na tarde da última sexta-feira (01), à Procuradoria Geral do Estado e ao comandante da PM, coronel Lindomar Castilho.
O advogado de defesa, Pitágoras Veloso afirmou que houve abuso de autoridade na decisão da então governadora Regina Sousa. “Totalmente sem sentido essa decisão da governadora, houve abuso de autoridade, haja vista o processo está em trâmite, motivo pelo qual nenhuma decisão dessa pode ser determinada, salvo quando transitar em julgado o processo, que ninguém tem ideia quando isso ocorrerá, pois está em fase de recursos com efeitos suspensivos, somente após decididos todos os recursos que entrará na fase de julgamento, para posterior trânsito em julgado”, disse.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante. Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril de 2018, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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