O Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) decidiu, nesta segunda-feira (04), por unanimidade, pela expulsão do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento, dos quadros da Polícia Militar. Ele é assassino confesso da namorada, a estudante de direito Camilla Abreu, encontrada morta em outubro de 2017.
Em fevereiro de 2018, a Corregedoria da Polícia Militar decidiu pela expulsão do capitão. Três meses depois o governador Wellington Dias (PT) confirmou a decisão, mas cabia ao TJ julgar o pedido.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Pitágoras Veloso, advogado de Allisson
O advogado de Allisson, Pitágoras Veloso, se disse indignado com o resultado: "Se não transitou em julgado o crime não pode perder o posto e nem a graduação, a questão fundamental é essa, não tem sentença transitada em julgado e eles já julgaram dessa forma e se ele for considerado inocente? Ele jamais disse que era réu confesso, ele disse que foi um tiro acidental. Ele foi injustiçado, o capitão Allisson não merecia, não esperava isso, estou aqui indignado com essa decisão, feriu todos os princípios", afirmou.
O desembargador José Francisco do Nascimento foi o relator do processo e a procuradoria-geral do Estado do Piauí foi a responsável pela representação.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.
- Foto: DivulgaçãoCamilla Abreu e capitão Allisson Wattson
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante. Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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