Os últimos sete alvos da Operação Cribelo, deflagrada pela Superintendência de Operações Integradas, que ainda estavam presos, foram postos em liberdade nesse domingo (08). São eles: Valdirene Silva Reis dos Santos, Maria de Jesus Rodrigues de Sousa (examinadora), Carmem Maria da Silva (examinadora), Aguinaldo Lucio Barros, Francisco Alves da Costa, Eliane Morais de Abreu (examinadora) e Jorge Henrique Rocha Cavalcante (examinador).
A Coluna apurou que eles foram os únicos que tiveram as prisões prorrogadas por mais 05 dias, em razão de não terem colaborado com a autoridade policial, que decidiu representar pela prorrogação da medida cautelar.
Com o término do prazo da temporária, a Superintendência de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Piauí vai finalizar o inquérito de quase mil páginas e remetê-lo ao Ministério Público, que deverá denunciar os indiciados à Justiça.
Como funcionava o esquema
A investigação revelou que instrutores de uma autoescola orientavam o aluno sobre como se comportar durante o exame para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em um áudio, ela afirmou que o candidato deveria pagar um valor em dinheiro para ser aprovado e que repassaria uma parte dessa quantia aos examinadores do DETRAN-PI.
A Polícia Civil conseguiu registrar um dos examinadores do DETRAN recebendo discretamente um papel de um despachante do setor de CNH, evidenciando a troca de favores envolvendo o pagamento para aprovação no exame. “Foi possível identificar que o candidato estava com a mão esquerda marcada para ser reconhecido pelos examinadores. A investigação não deixa dúvidas de que ele pagou uma quantia em dinheiro para ser aprovado no exame”, explicou o delegado Roni Silveira.
Os investigados deverão responder pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa.
Rapidinhas
Ex-funcionário do Bradesco e empresário são soltos
O ex-funcionário do Bradesco, Francisco Roosevelt Tavares Leite, e o empresário José Jordan Barbosa de Lima, que haviam sido presos temporariamente na Operação Contrafeito, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR), foram postos em liberdade com o fim do prazo da temporária de 05 dias.
A investigação do DECCOR, que culminou com a Operação Contrafeito, foi desencadeada a partir da identificação de uma organização criminosa que há tempos agia no Piauí, através de um escritório de contabilidade (Prime Contabilidade), cujo dono, dolosamente, criava CPFs e RGs fictícios com nomes de pessoas inexistentes, com o objetivo de transferir para tais pessoas a titularidade de empresas endividadas com bancos, financeiras, de forma que a dívida nunca fosse executada, frustrando assim as cobranças dos valores devidos, entre outras ilicitudes.
Com a Operação Faker, deflagrada em 2022, o inquérito trouxe novos personagens que surgiram a partir da coleta de informações dos aparelhos celulares de Elinaldo Soares Silva (Dono do Escritório Prime Contabilidade) e de seus dois Filhos, Matheus de Araujo e Silva e Ellen Marianne Araujo e Silva. A partir daí, os policiais chegaram até o funcionário do Bradesco, Francisco Roosevelt, que foi identificado em diversos diálogos com o investigado Matheus Araújo, e ao empresário José Jordan Barbosa de Lima, que dedicava sua conta bancária para livre movimentação do grupo investigado.
Ex-gerente do Banco do Brasil se entrega à Polícia Civil
Na mesma operação, o único alvo de mandado de prisão temporária que ainda restava ser preso se apresentou na sede do Departamento de Combate a Corrupção (DECCOR). Ele estava sendo procurado desde a última quarta-feira (04), quando a Operação Contrafeito foi deflagrada. Trata-se do ex-gerente do Banco do Brasil e advogado, identificado como Flávio Santos Costa. Ele foi apresentado, juntamente com uma comissão da OAB, que o acompanhou na delegacia.
Segundo a investigação da DECCOR, Flávio Santos Costa, na condição de então gerente do Banco do Brasil da agência do Liceu, tinha a tarefa de facilitar as operações bancárias, autorizar empréstimos para empresas fictícias ligadas ao grupo, oferecer informações privilegiadas aos criminosos, em especial, a Matheus de Araújo e Silva e Elinaldo Soares da Silva, que foram identificados no primeiro inquérito da Operação Faker, que culminou na operação deflagrada nessa quarta-feira (04) e visou desarticular um grupo suspeito dos crimes de corrupção, fraude documental, associação criminosa e lavagem de dinheiro contra instituições bancárias, em Teresina.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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