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Colunista Brunno Suênio
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Operação Cela 3: líder do Bonde dos 40 comandava Tribunal do Crime da prisão

Neste núcleo, 11 alvos foram denunciados pelo GAECO do Maranhão no bojo da Operação Cela 3.

A Coluna publica nesta sexta-feira (13) a quarta e última denúncia do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Maranhão, contra membros do Bonde dos 40 pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de capitais, comércio ilegal de armas de fogo e organização criminosa, no bojo da Operação Cela 03, deflagrada no dia 12 de agosto de 2024, que abrangeu os municípios de Timon-MA, São Luís-MA, Teresina-PI, além dos municípios de Cáceres-MT e Cuiabá-MT.

O último núcleo denunciado pertence ao grupo responsável pelo tráfico de drogas e lavagem de capitais, comercialização de armas e, sobretudo, a disciplina da facção. Nesse contexto, os 11 alvos (Alysson Antônio de Barros Nascimento, vulgo “Alysson Ponto 40”; Teodorico Monteiro Ferreira, vulgo “Neto Da Dodge Ram”; Jaylson Johnys Sousa e Moraes; Daniel Barros do Nascimento; Jheison Carvalho Vasconcelos; Alana Pereira Vilante; Marion de Oliveira da Silva - Marcielma de Sousa Cunha; Robert da Silva Sousa; Cleyson Ramon de Sousa Carvalho e José Hilton Rocha da Silva) são diretamente responsáveis pelo controle da venda de drogas ao consumidor final, através das denominadas “biqueiras”, com a utilização de meios escusos de “lavagem” do valores arrecadados através deste comércio, bem como pela atuação de forma violenta, seja pela negociação de armas de fogo para o funcionamento das operações do Bonde dos 40, seja pelo disciplinamento cruel dos integrantes, inclusive por meio de julgamento daqueles que venham a descumprir as regras de confiança da organização.


Mais uma vez, o GAECO e a autoridade policial que compõem as investigações constaram que a facção estava de forma organizada que, mesmo com o líder Laércio Augusto preso na Penitenciária de São Luís-MA, ele continuou mantendo sua principal operação comercial, como tráfico de entorpecentes, bem como toda a estrutura de disciplina e prática de atos de violência.

Um dos atores considerados importantes neste núcleo diz respeito a Alysson Antônio de Barros Nascimento, vulgo “Alysson Ponto 40”. Ele é apontado pelo GAECO como uma liderança na facção do Bonde dos 40 na região sul de Teresina-PI, fornecedor de armas e um dos grandes traficantes responsáveis pela venda de drogas direta para usuários. Além disso, conforme restou revelado das investigações, Alysson Ponto 40 atua de forma violenta, possuindo, inclusive, envolvimento em práticas de homicídios.

A relação entre Laércio Augusto e Alysson Ponto 40 foi comprovada por meio da extração de dados de um aparelho celular, que revela a negociação de armas de fogo e munições, inclusive, de drogas.

Foto: ReproduçãoExtração de dados revele negociação de arma entre Laércio e Allison Ponto 40
Extração de dados revele negociação de arma entre Laércio e Allison Ponto 40

Veja como atuavam os demais alvos da última denúncia do GAECO na Operação Cela 03

Teodorico Monteiro Ferreira, vulgo “Neto Da Dodge Ram”

Este denunciado atua com tráfico de drogas e negociação de armas de fogo, sendo um dos destacados fornecedores de armas para o Bonde dos 40. relatório de análise de extração de dados produzida pelo GAECO de Timon, aponta que “Neto da Dodge Ram” e líder Laércio fazem expressa menção ao tráfico do SKANK (supermaconha), em conversa datada de 05 de fevereiro de 2023. Em uma das extrações, Laércio também encomenda munições de 9mm e de .40 através de “Neto”.

Jaylson Johnys Sousa e Moraes:

Trata-se de um “afilhado” de Laércio Augusto Oliveira Dias, o qual foi batizado no Bonde dos 40, com forte atuação no tráfico de drogas e negociação de armas, bem como na lavagem de capitais. Nas conversas obtidas na extração de dados do aparelho celular de Laércio, Jaylson Johnys trata de comercialização de armas e de drogas (especialmente, crack) com seu padrinho.

Jheison Carvalho Vasconcelos e Alana Pereira Vilante:

Trata-se de mais um casal inteiramente dedicado ao tráfico de drogas, à negociação de armas de fogo e à lavagem de capitais, em favor do Bonde dos 40, mantendo estreito liame com Laércio Augusto Oliveira Dias.

Daniel Barros do Nascimento:

Atua como mais um “braço” violento do Bonde dos 40. O exame das conversas revela que “Daniel Catita” intermediava inclusive roubos de armas de fogo, homicídios e comercialização de drogas em favor do líder Laércio Augusto. Em uma dessas conversas, Daniel Catita informa que havia acionado outros integrantes da organização criminosa para roubar motos, arrombar veículos, subtrair pistolas e eliminar faccionados rivais do PCC.

Marion de Oliveira da Silva - Marcielma de Sousa Cunha:

Trata-se de mais um casal intensamente dedicado ao tráfico de drogas e à lavagem de capitais do Bonde dos 40, sendo que Marion de Oliveira da Silva ainda possui forte e violenta atuação disciplinar na facção, mantendo estreita confiança e liame com Laércio Augusto Oliveira Dias. Marion, segundo o GAECO, já responde a múltiplas ações penais em Timon/MA e em outras comarcas, seja por tráfico de drogas, seja por outros crimes. Em relação à Marcielma de Sousa Cunha, já conhecida no mundo do crime, vez que responde a diversos processos criminais, destaca-se sua forte atuação no tráfico e na lavagem de capitais.

Robert da Silva Sousa, Cleyson Ramon de Sousa Carvalho e José Hilton Rocha da Silva:

Conforme relatório de extração produzido pelo GAECO, os faccionados Cleyson Ramon de Sousa Carvalho, alcunha “Kleitim”, José Hilton Rocha da Silva, alcunha “Xará”, Robert da Silva Sousa, alcunha “Tubarão”. Eles fazem parte do ramo violento da facção, de maneira que atuam com forte controle disciplinar sobre os outros faccionados, inclusive, por meio julgamento e destino daqueles que venham a descumprir as regras de confiança da organização.

Entre as mensagens trocadas por Laércio Augusto Oliveira Dias, chamou atenção as conversas mantidas com o denunciado Cleyson Ramon de Sousa Carvalho, conhecido por “Kleitim”, que trata-se de uma espécie de “juiz” no julgamento de outros integrantes.

Na ocasião, decidiram se um homem teria ou não traído a confiança da organização criminosa, ficando claro que, em caso positivo, seria severamente punido. Nesse caso específico, a vítima somente foi posta em liberdade após um “salve” encaminhado por Cleyson Ramon, a partir de outro denunciado - José Hilton Rocha da Silva, conhecido por “Xará DL”, mediante aval do líder Laércio Dias.

Apesar de estar dentro de uma cela da Penitenciária Regional de São Luís/-MA, Laércio exerceu seu poder de comando presidindo, remotamente, um genuíno “Tribunal do Crime”, do qual também participaram ativamente, além do próprio Cleyson, o também denunciado Marion de Oliveira da Silva, que se manteve ao lado do “juiz” Cleyson, tratando sobre o “julgamento” do homem encarcerado.

Pedido de prisão preventiva dos denunciados

Em razão do robusto acervo de evidências e considerando-se que se trata de denunciados comprometidos diuturnamente com vários delitos e com uma organização criminosa violenta, o GAECO pediu à Justiça que fosse decretada ou mantida a prisão preventiva (conforme estejam em liberdade ou já custodiados), para fins de garantia da ordem pública e mitigar o risco à reiteração delitiva e à instrução criminal.

Rapidinhas

DHPP identifica 7º alvo acusado da tentativa de latrocínio contra sargento da PM-PI

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou um sétimo alvo acusado de participação na tentativa de latrocínio contra o sargento Jurandir Pereira de Oliveira, do 8º Batalhão da Polícia Militar do Piauí, ocorrida na manhã dessa segunda-feira (09), no Alto da Ressurreição, zona sudeste de Teresina.

De acordo com o delegado Bruno Ursulino, após análise minuciosa e coleta de depoimentos os policiais conseguiram estabelecer que havia 5 pessoas no veículo modelo Renault Sandero, utilizado no crime, além do piloto e passageiro de uma moto, também, usada na tentativa de latrocínio.

Para o DHPP, três adultos e quatro adolescente atuaram diretamente no caso.

Pedido de apreensão dos menores foi enviado à Vara da Infância e da Juventude

Devidamente identificados, o delegado Bruno Ursulino qualificou e representou pela prisão do último adulto que ainda não foi preso e de quatro adolescentes que participação da ação, que terminou com um comparsa morto e com o sargento da PM-PI baleado na região do abdômen.

Os pedidos estão agora nas mãos da Vara da Infância e da Juventude e no gabinete da Central de Inquéritos.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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