O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Barêtta, confirmou à Coluna, na tarde deste sábado (09), que será necessário realizar a reprodução simulada (reconstituição) da ocorrência em que o sargento reformado da Polícia Militar do Piauí, João de Deus Teixeira dos Santos, acabou sendo baleado na cabeça, durante discussão com o soldado Raimundo Linhares da Silva, da Polícia Militar do Maranhão.
A reconstituição, conforme o diretor do DHPP, vai esclarecer as nuances do caso, capitulado como homicídio tentado, que ocorreu na tarde da última terça-feira (05), no bairro Parque Sul, em Teresina.
Uma das dúvidas diz respeito à dinâmica dos fatos. No depoimento do soldado Linhares, colhido na sede do DHPP, o policial do Maranhão narrou que estacionou seu veículo, um Fiat Argo, em frente a residência do sargento João de Deus, mas fora do espaço da garagem. Momentos depois, quando ele retornou para o carro, o soldado Linhares percebeu que havia um carro estacionado em frente a garagem do imóvel e que este veículo tinha encostado na traseira do seu carro.
Nesse momento, o soldado Linhares procurou o dono da residência, ainda sem saber que se tratava de um policial, para buscar saber o motivo da colisão. Nesse momento, deu-se início a uma discussão e, segundo o soldado, o dono da casa [sargento João de Deus] sacou uma arma de fogo e passou a atirar. O policial do Maranhão se abrigou na lateral do carro e revidou. Em meio ao tiroteio, o sargento João de Deus, que estava posicionado sobre a calçada de casa, acabou sendo alvejado na cabeça.
Para o delegado Barêtta, como ainda não foi possível colher o depoimento do sargento João de Deus, que segue internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), sem previsão de alta, a reprodução simulada responderá outros questionamentos que estão sendo postos no bojo do inquérito policial, conduzido pelo delegado Danúbio Dias. "Já ouvimos o depoimento do policial do Maranhão e vamos fazer a reconstituição do caso. Conversei com o delegado Danúbio, que está à frente das investigações, e vamos colocar tudo de acordo com as circunstâncias e a dinâmica dos fatos", pontuou o delegado Barêtta.
A data da reconstituição será definida nesta semana.
Armas recolhidas
As armas dos dois policiais foram recolhidas e encaminhadas para o Instituto de Criminalística (ICRIM), onde passarão por exame pericial.
A Coluna apurou que na arma do sargento da PM-PI, um revólver calibre .38, havia 5 munições intactas e uma deflagrada e foram encontrados, ainda, mais seis estojos do mesmo calibre no local da ocorrência, totalizando 7 disparos efetuados. Com a capacidade total de apenas 6 munições, os investigadores suspeitam que o sargento ainda recarregou sua arma antes de ter sido atingido na cabeça pelo soldado da PM do Maranhão.
A arma utilizada pelo soldado Linhares trata-se de uma pistola, que também foi submetida a exame pericial.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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