O soldado Raimundo Linhares da Silva, da Polícia Militar do Maranhão, acusado de atirar contra o sargento João de Deus Teixeira dos Santos, concedeu entrevista exclusiva ao GP1 na manhã desta quinta-feira (7), após se apresentar na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), em Teresina. Ele reafirmou o que já havia sido dito por seu advogado: que agiu em legítima defesa.
O policial, que também trabalha como taxista, narrou todos os detalhes do ocorrido. Segundo ele, o desentendimento iniciou após o sargento João de Deus bater em seu carro. “Eu estava saindo para trabalhar, quando visualizei o meu carro batido, tinha deixado do outro lado da rua, por conta da minha garagem já estar com outro veículo, aí coloquei na frente da casa desse cidadão que eu não conhecia, não tinha conhecimento se ele era da polícia, ele chegou lá há pouco tempo”, afirmou.
De acordo com o soldado, seu carro não estava ocupando a garagem do sargento. “Eu indaguei porque ele tinha batido no meu carro e ele disse que bateu porque tinha colocado o carro na frente da casa dele. Estava na frente só da casa, não estava atrapalhando nem a entrada, nem a saída na residência dele”, continuou.
Troca de tiros
Raimundo Linhares explicou que o sargento João de Deus começou a atirar e ele apenas reagiu à ofensiva. “Ele disse: ‘eu bati porque eu quis’, e eu disse: ‘cidadão, pois se o senhor bateu porque quis, vou afastar o meu veículo, ver se teve algum dano no veículo, se tiver algum dano o senhor vai consertar’. Quando eu peguei na maçaneta do carro para poder entrar e afastar, ele levantou a camisa e pegou a arma, nisso eu afastei, para tentar me abrigar do outro lado do meu veículo, e quando escutei o primeiro disparo revidei a injusta agressão que estava sofrendo”, detalhou.
Não mirou na cabeça
O soldado ressaltou que não mirou na cabeça do sargento. “Eu estava agachado, para não ser alvejado, e atirando, não sabia ao certo a direção onde ele estava, tanto que tiveram vários disparos no muro, incertos, atirei na hora do desespero, pois ele estava atirando em mim”, concluiu.
Arma de fogo
O policial afirmou que a arma de onde partiram os disparos é de sua propriedade. “A arma é minha, registrada no meu nome, toda legalizada. Estamos esperando a solicitação da perícia, o carro já foi entregue, estamos esperando para quaisquer outras determinações. A arma ainda está no meu poder”, finalizou.
O sargento João de Deus está internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
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