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O conceito de vida após a morte era algo plenamente aceito pela sociedade do Antigo Egito, e em razão disso grande era a preocupação com os preparativos para a vida além-túmulo.
Inicialmente somente os faraós tinham o privilégio de ter uma vida após a morte, entretanto houve com o passar dos anos uma democratização da idéia, e tanto nobres e plebeus podiam desfrutar da existência celeste, desde que pudessem pagar pela preparação do corpo e do túmulo.

Entretanto, para garantir a vida eterna não bastava ao recém ingresso no post-mortem ter meios para arcar com as despesas terrenas, era necessário que o espírito do mesmo passasse por um julgamento no Tribunal de Osíris.

Os rituais realizados no citado tribunal estão descritos no “Livro dos Mortos do Antigo Egito”. A idéia central do julgamento era a descoberta da verdade e a realização da justiça, em outras palavras, não valeriam as riquezas, nem a posição social do falecido em vida, mas apenas seus atos seriam levados em conta.

A toda evidência, podemos afirmar que a sociedade do Antigo Egito foi a primeira na história da humanidade a crer que a sorte dos mortos dependia do valor da sua conduta moral enquanto em vida. A título de ilustração, lembro que a sociedade grega, cerca de mais de mil anos depois, acreditava que os mortos iriam para o mundo inferior (inferno), submetidos a Hades, o rei do submundo, e lá vagariam pela eternidade independentemente do que realizassem em suas vidas terrenas, posto que o Olimpo era morada exclusiva dos deuses.
Basicamente, o julgamento no tribunal presidido por Osíris, divindade mais cultuada na mitologia egípcia, consistia em pesar o coração do morto em uma balança cujo contrapeso era uma pluma de avestruz, símbolo da verdade.

A pesagem é confiada a Hórus, filho de Osíris e rei dos céus, e ao guardião das múmias, de cabeça de chacal, Anúbis. O deus Thoth, divindade egípcia associada à sabedoria e à escrita, anota o resultado da pesagem em um papiro. Quarenta e dois juízes — correspondendo a quarenta e duas províncias do Egito — assistem ao julgamento. Diante desse tribunal é que o candidato à eternidade deve fazer as declarações nas quais afirma nunca se ter tornado culpado de certo número de faltas para com seus semelhantes, para com os deuses, para com sua própria pessoa e o bem alheio. Se a sentença dos juízes fosse favorável ao morto, Hórus tomava-o pela mão e o conduzia ao trono de Osíris, que lhe indicava seu lugar no reino do além. Caso contrário, o morto estaria cheio de pecados e, então, seria comido por um terrível monstro crocodilo, Ammut, o devorador dos mortos, e morreria definitivamente.

Imagem: ReproduçãoLivro dos Mortos do Antigo Egito(Imagem:Reprodução)Livro dos Mortos do Antigo Egito

“Livro dos Mortos do Antigo Egito” é a designação dada a uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações e hinos do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro e colocados nos túmulos junto das múmias. O objetivo destes textos era ajudar o morto na sua viagem pelo mundo subterrâneo, afastando eventuais perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além. Embora não tenha sido escrito como livro de síntese teológica, constitui uma das principais fontes para o estudo e compreensão da religião egípcia.


Boa sorte a (nós) todos.

Eusébio/CE, 21 de janeiro de 2013.

José Anastácio de Sousa Aguiar

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