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Homem é espancado por familiares em São Paulo após assumir ser homossexual

Os parentes quebraram o cano de água da casa da vítima, pegaram cabos de vassoura e a bateram nele.

O cantor e dançarino Ronaldo de Paula, conhecido como LATIF decidiu se assumir homossexual para os familiares após completar 50 anos de idade, mas passou a enfrentar discriminação e até mesmo ser agredido pelos parentes. Morador de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, Ronaldo explicou ao site Metrópoles, que foi espancada por pelo menos sete pessoas, entre primos, tios e tias.

No boletim de ocorrência (B.O.), ele alegou que essa não havia sido a primeira vez que ele teve conflitos com a família, que são homofóbicos.


Foto: Arquivo pessoalHomem é espancado por familiares ao se assumir homossexual em SP
Homem é espancado por familiares ao se assumir homossexual em SP

Ele mora em uma casa atrás da residência onde moram os seus parentes e na tarde de 2 de dezembro de 2023, ele estava lavando o seu quintal quando a água acabou “invadindo” a casa dos familiares e sua prima foi ofendê-lo. Quando ele tentou argumentar, a jovem cuspiu na sua cara.

No dia do ocorrido, os parentes quebraram o cano de água que Ronaldo usava para lavar o quintal, pegaram cabos de vassoura e começaram a bater nele. A vítima recebeu socos, pontapés e vassouradas na cabeça. Ele ainda tentou correr para a rua, porém os familiares continuaram a agredi-lo. Para se abrigar ele foi para a casa de uma vizinha e ligou para a polícia. Mas teve que retornar a sua residência para buscar seu celular e, na hora em que entrou, foi novamente agredido.

Após as agressões, Ronaldo registrou um boletim de ocorrência eletrônico. Segundo testemunhas, polícia chegou a ir até o local, porém os familiares disseram que era apenas uma briga de família.

Segundo ele, a relação com a família mudou após se assumir publicamente. “Uso a palavra homofobia, pois tudo mudou assim que me libertei da mentira de fingir ser hétero”, contou Ronaldo ao Metrópoles.

Ainda de acordo com o artista, sua religião, o umbandismo, também motivou as agressões por parte da família. Ele relatou que os parentes que o agrediram frequentam uma igreja e não aceitam as religiões de matriz africana.

Ronaldo relatou que na última sexta-feira (17), o homem foi à delegacia para perguntar sobre o andamento do inquérito e descobriu que o seu caso foi enviado para um fórum no bairro Ipiranga, na capital paulista, que, ele afirma ser o local onde um dos agressores trabalha. A vítima, então, decidiu procurar ajuda legal.

“Eu só quero justiça, pois nunca fui agredido na minha vida. Só quero paz e justiça para realizar o meu sonho de viver com o que eu amo, que é cantar e dançar”, desabafou o artista. A vítima busca ajuda jurídica para auxiliar em seu caso.

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