Após votar em São Bernardo do Campo, seu berço político, acompanhado dos principais aliados, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comemorou sua liberdade nestas eleições - ele estava preso na última disputa - e afirmou que, se eleito, bolsonaristas fanáticos terão de se adaptar à maioria.
Lula afirmou que este domingo é um dia “mais do que importante” para ele. “Há quatro anos atrás eu não pude votar porque eu tinha sido vítima de uma mentira nesse país e eu estava detido na Polícia Federal exatamente no dia da eleição”, disse Lula.
“Tentei fazer com que a urna fosse até a cela para eu votar, não levaram. E quatro anos depois eu estou aqui, votando com reconhecimento da minha total liberdade e com a possibilidade de voltar a ser presidente da República desse país”, comemorou o petista, que se declarou “muito feliz”.
Na eleição de 2018, Lula estava preso em Curitiba, cumprindo pena em razão de condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP).
Em 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao ex-presidente na Operação Lava Jato. Em 15 de abril, o plenário do tribunal referendou, por 8 votos a 3, essa decisão de Fachin. O tribunal determinou que os processos fossem transferidos para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Questionado sobre como reunificar o país e sobre a continuidade do “bolsonarismo” após as eleições, independentemente do resultado, Lula disse que os “fanáticos” precisarão “se adequar à maioria”. “Penso que os bolsonaristas mais fanáticos terão que se adequar à maioria da sociedade. A maioria da sociedade não quer confronto, quer paz. As pessoas não querem na sua maioria a venda de armas, querem a distribuição de livros”, afirmou.
O ex-presidente também afirmou que “aqueles que não quiserem, que desrepeitarem a lei, é problema deles. Mas acho que será fácil a gente restabelecer a paz e a democracia neste país”.O ex-presidente também afirmou que não é preciso governar com o Centrão, grupo de partidos que costuma dar sustentação ao Executivo no Congresso Nacional. “Ninguém precisa governar com Centrão. Você governa com os partidos que elegerem deputados e senadores”, declarou o petista, que espera “muita gente diferente” eleita hoje. “Alckmim e eu temos muita experiência em trabalhar na adversidade. Não queremos que para a gente governe tenha que ter Congresso subserviente. Não queremos isso. Queremos Congresso que cobre, aprove leis, dispute com o governo”.
Voto de Lula e ofensa de eleitor
Lula chegou por volta das 8h30 para votar na Escola Estadual Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo, seu berço político.
Um eleitor xingou de “ladrão” o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no momento em que o ex-presidente se dirigia à urna para votar. Ele foi retirado pela polícia e saiu reclamando: “Só chamei ele de ladrão”.
Líder nas pesquisas de intenção de voto e em busca de liquidar a eleição já neste primeiro turno, Lula estava acompanhado da mulher, a socióloga Janja, do vice, Geraldo Alckmin (PSB), de seus candidatos a governador de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a senador, Márcio França (PSB), e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Lula deve acompanhar a apuração dos votos em um hotel na região central da capital paulista e, à noite, participa de ato na Avenida Paulista. Segundo ele, a comemoração na Paulista acontecerá independentemente do resultado do pleito.
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