A cidade de São Paulo já registra ao menos oito casos da variante Delta, cepa mais transmissível do coronavírus, segundo informações da Prefeitura divulgadas nesta terça-feira, 20. A Secretaria Municipal da Saúde afirma já haver transmissão comunitária da variante. Para tentar frear a proliferação do vírus, a gestão Ricardo Nunes (MDB) diz investir em barreiras sanitárias e estratégias de rastreamento.
O primeiro caso da Delta na capital paulista, de um homem de 45 anos, havia sido confirmado no último dia 5 na região do Belenzinho, na zona leste da capital. Por causa do episódio, cerca de 40 pessoas que tiveram contato com o paciente passaram a ser monitoradas pelas equipes de saúde e vigilância sanitária, de acordo com a administração municipal.
A Prefeitura diz ter realizado uma análise dirigida com cerca de 60 testes positivos de covid-19 para três laboratórios. O sequenciamento genético é necessário para identificar a cepa do vírus. “Ao final de todo trabalho, pôde se confirmar a transmissão comunitária da variante Delta na cidade de São Paulo”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
Após essa rodada de exames, a Prefeitura agora confirma mais sete ocorrências da variante Delta. Entre os novos registros, quatro foram notificados nas regiões do Belenzinho, Aricanduva e Mooca, na zona leste.
Mais dois diagnósticos foram constatados na Vila Guilherme, na zona norte. Também houve confirmação para um internado no Hospital Albert Einstein. Segundo a pasta municipal, todos os pacientes estariam bem.
A secretaria afirma ter identificado, ainda, mais um diagnóstico da cepa - mas se tratava de um paciente do Rio, que já retornou ao Estado. “A Prefeitura tem feito o acompanhamento pari passu (simultaneamente) da variante Delta”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
Identificada originalmente na Índia, essa cepa foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação. Estimativas indicam, além disso, que a variante é cerca de 50% mais transmissível do que a Alfa, descoberta pela primeira vez no Reino Unido.
No domingo, 18, dados do Ministério da Saúde indicavam ao menos 97 casos de infecção pela variante no País, com maior número de registros no Rio. Os outros Estados com confirmação da cepa são: Paraná, Maranhão, Minas, Goiás e Pernambuco.
Rastreamento
Segundo Edson Aparecido, as equipes de saúde enviam cerca de 600 testes positivos por mês para exame em três institutos: Butantan, Medicina Tropical da Usp e Adolfo Lutz. “Vamos permanecer com o trabalho de envio semanal de amostras positivas em todos os distritos”, afirmou o secretário.
Por causa da nova cepa, a Prefeitura também montou barreiras sanitárias em terminais rodoviários e no Aeroporto de Congonhas, na zona sul. “Já ultrapassamos 3,4 milhões de testes e estamos mantendo as barreiras e medidas de rastreamento”, disse Aparecido.
Na capital, o objetivo da Prefeitura é vacinar pelo menos com a primeira dose todas as pessoas maiores de 18 anos até o dia 15 de agosto. Hoje, mais de 70% da população elegível já iniciou a imunização, segundo a pasta municipal.
Em paralelo, a cidade tem registrado queda no número de internações. Na segunda-feira, 19, havia 688 pessoas internadas em UTIs, o que equivale a 53% dos leitos ocupados. Nas enfermarias, eram 438 leitos ocupados (32%).
“Poucas semanas atrás, estávamos com ocupação superior a 80%”, disse Ricardo Nunes. “Hoje, ainda há um número elevado mas que reduziu bastante e nos deixa com tranquilidade.”
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